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Fêmea de Antaxius spinibrachius. Foto: Luís Faustino Carvalho

Que espécie é esta: fêmea de Antaxius spinibrachius

O leitor Luís Faustino Carvalho viu um insecto diferente em Delães, Vila Nova de Famalicão, e pediu ajuda na identificação. Eva Monteiro responde.

 

“Encontrei este gafanhoto em casa, […] em Agosto de 2018”, relatou Luís Faustino Carvalho, na mensagem enviada à Wilder.

Trata-se na verdade de uma fêmea de Antaxius spinibrachius, mais aparentada com os grilos.

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

 

grilo atípico
Fêmea de Antaxius spinibrachius. Foto: Luís Faustino Carvalho

 

Embora o insecto fotografado pareça mais um gafanhoto do que um grilo, é evolutivamente mais aparentado com estes últimos.

Ambos, gafanhotos e grilos, pertencem à Ordem Orthoptera, que se divide em duas subordens: Caelifera, a que pertencem os gafanhotos típicos, e Ensifera, a que pertencem os grilos típicos e também grilos não tão típicos como é o caso do Antaxius spinibrachius. Estes mais se parecem a gafanhotos de antenas compridas a que os ingleses chamam grilos-do-mato.

Uma das características que separa as duas subordens é precisamente o tamanho das antenas, que ultrapassa sempre a metade do comprimento do corpo nos Ensifera, ao contrário dos Caelifera. Outra, bem visível nas fotografias , é o ovipositor das fêmeas, muito desenvolvido e em forma de espada nos Ensifera e quase imperceptível nos Caelifera.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.