Foto: Daniel Villafruela/Wiki Commons

Que espécie é esta: fêmea de vespa-mamute

A leitora Clara Vaz Pinto fotografou uma vespa em Longomel, Ponte de Sor, a 14 de Julho, e pediu para saber a identificação. Eva Monteiro responde.

Clara Vaz Pinto estava junto de um tanque de água e de uma área verde com flores, folhagem e sombra, quando viu três destes insectos, contou à Wilder.

“Mede cerca de 3 a 4 cm, tem asas largas e fortes e patas compridas. Quando as asas abrem, descobrem as manchas amarelas do corpo, que têm a mesma cor das da cabeça.  O corpo é preto e peludo, terminando em ponta bem definida. É bem maior do que as abelhas e vespas, e mais comprida que um abelhão.”

Foto: Clara Vaz Pinto

“Agradecia a identificação e, se possível, alguma informação sobre os efeitos da picada, especialmente em crianças”, pediu ainda.

Trata-se de uma fêmea de Megascolia maculata, também conhecida por vespa-mamute pelo seu grande tamanho.

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Esta vespa é parasita das larvas dos, também grandes, escaravelhos-rinocerontes (Oryctes nasicornis).

A fêmea coloca um único ovo no exterior da pele de uma larva de escaravelho-rinoceronte paralizada. Quando a larva de vespa eclode, alimenta-se do seu hospedeiro até formar a pupa (estado em que se dá a metamorfose). Passa o Inverno neste estado até emergir como adulto, na Primavera. 

Apesar do seu grande tamanho – é a maior vespa da Europa e as fêmeas chegam a ter 6 cm de comprimento – não é agressiva, apenas picando para se defender. 


Saiba mais.

Leia também sobre a vespa-mamute num outro artigo do “Que espécie é esta?”.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.