Foto: José Manuel Costa

Que espécie é esta: grilo-de-sela-de-Coruche

O leitor José Manuel Costa fotografou a 30 de Junho um insecto verde em Alegrete, no Parque Natural da Serra de São Mamede. Eva Monteiro identifica a espécie.

Trata-se de um grilo-de-sela-de-Coruche (Neocallicrania lusitanica).

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Grilo-de-sela-de-Coruche (Neocallicrania lusitanica). Foto: José Manuel Costa

O grilo-de-sela-de-Coruche é assim chamado porque os exemplares usados na descrição da espécie foram colectados em Coruche

É uma espécie endémica da Península Ibérica, mas a maior parte da sua área de distribuição encontra-se na região centro de Portugal, como se pode ver aqui.

Estes insectos vivem em matos mediterrânicos, em arbustos vários, como por exemplo as plantas do género Cytisus spp. (que inclui várias espécies de giestas) e do género Ulex spp. (como os tojos). No fim da Primavera e no Verão, os machos de grilo-de-sela-de-Coruche cantam ao fim da tarde escondidos no interior destes arbustos, atraindo as fêmeas para acasalar.

Por este motivo, e para ouvidos bem treinados, são mais fáceis de detectar através do seu canto ritmado: um “tzz-tzz-tzz” rápido e curto, que faz lembrar o canto das cigarras. São, por isso, também popularmente conhecidos como cigarrinhas, embora pertençam a duas ordens diferentes (Orthoptera, no caso dos grilos-de-sela, e Hemiptera, no caso das cigarras).  


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.