Foto: Susana Luís

Que espécie é esta: grilo-de-sela-gordo-da-cruz

Os leitores Susana Luís, Carlos Sá e Lúcia Pinheiro fotografaram uns misteriosos insectos verdes e pediram ajuda para saber qual a espécie. Eva Monteiro responde.

Susana Luís encontrou um insecto que lhe despertou a curiosidade na Branda de Santo António de Val de Poldros, no concelho de Monção, Alto Minho, no dia 26 de Agosto.

Foto: Susana Luís

Poucos dias antes, a 20 de Setembro, Carlos Sá tinha fotografado um insecto semelhante na localidade de Videmonte, concelho da Guarda.

Foto: Carlos Sá

Já no dia 11 de Setembro, foi a vez de Lúcia Pinheiro captar uma imagem semelhante, desta vez em Bustelo, Ribeira de Pena, no concelho de Vila Real.

Foto: Lúcia Pinheiro

A espécie observada por estes leitores é um grilo-de-sela do género Lluciapomaresius sp., provavelmente da espécie Lluciapomaresius asturiensis.

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“As espécies do género Lluciapomaresius também são conhecidas como gordos-da-cruz, pela marca negra em forma de crucifixo que têm no pronoto”, explica a investigadora. O pronoto é a face dorsal do primeiro segmento dos insectos.

Sendo difícil identificar as diferentes espécies através de fotografia, “é provável que se trate de Lluciapomaresius asturiensis” – adianta Eva Monteiro – “tendo em conta a distribuição”. Entre os grilos deste género, essa é a espécie “com mais registos na região Norte no nosso país”.

No caso do grilo-de-sela fotografado por Lúcia Pinheiro, Eva Monteiro avança que se trata de uma fêmea.

“Os grilos-de-sela distinguem-se por terem grandes dimensões, pelo pronoto (zona atrás da cabeça) muito desenvolvido que lembra uma sela de montar e pelas tégminas (nome dado às anteriores endurecidas dos ortópteros) muito reduzidas e de forma arredondada”, tinha já explicado a especialista, numa identificação anterior.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.