Que espécie é esta: lagarta de geometrídeo

O leitor Jorge Dias encontrou esta lagarta a 15 de Setembro de 2019 em Martinchel, concelho de Abrantes, e pediu ajuda para saber qual a espécie. Eva Monteiro responde.

“Trata-se de um pequeno bicho, com cerca de 2-3cm de altura que fotografei em setembro de 2019 no muro da minha casa”, escreveu Jorge Dias à Wilder.

“Nunca tinha visto tal espécime e chamou-me a atenção o porte ereto e o facto de mudar de posição vertical quando se sente tocado, ficando a vibrar até atingir novamente o repouso.” 

“Gostaria que tentassem identificar este meu visitante que, infelizmente, não voltei a ver.”

Trata-se de uma lagarta de geometrídeo, uma família de borboletas.

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Trata-se de uma lagarta de geometrídeo. As lagartas desta família de borboletas reconhecem-se por terem menos de quatro pares de patas falsas no abdómen. 

Nesta espécie essa característica é levada ao extremo com apenas um par de patas abdominais e um parte de patas anais, o que faz com que andem de uma forma muito peculiar. 

Para avançarem juntam as patas abdominais à patas torácicas – as 6 patas verdadeiras que têm no tórax – parecendo que estão a medir a palmos o terreno, daí o nome da família que significa medir a terra (Geo=terra + metri=medir + dae=terminação da categoria taxonómica correspondente à família). 

Fazer passar-se por um raminho é também uma estratégia de sobrevivência muito comum nas lagartas desta família. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.