escaravelho preto
Meloe violaceus. Foto: Ralf Vogt/Wiki Commons

Que espécie é esta: Meloe violaceus

A leitora Teresa Carvalho fotografou este escaravelho em Dezembro de 2017 na aldeia de Sabugosa, distrito de Viseu, e quis saber qual é a espécie. João Gonçalo Soutinho responde.

 

“Foi a única vez que vi este tipo de animal. Era de cor preta, com cerca de 4 a 5 cm de comprimento e 3 cm de largura, na sua parte mais larga. O corpo era constituído por 3 segmentos articulados, com 3 pares de patas, um par de antenas e um par de asas pouco desenvolvidas”, descreveu Teresa Carvalho.

 

besouro preto
Foto: Teresa Carvalho

 

Tudo indica que se trata de um besouro da espécie Meloe violaceus.

Espécie identificada por: João Gonçalo Soutinho, coordenador do VACALOURA.pt.

Muitos besouros parasitas, como é o caso desta espécie, pertencem à família Meloidae, explica a publicação Insectos em Ordem.

Quando chega a Primavera, as fêmeas colocam milhares de ovos no chão. As pequeninas larvas de Meloe violaceus arrastam-se então para cima de uma flor, onde aguardam pela ‘boleia’ de uma abelha solitária. Se tiverem sucesso, esta irá transportá-las para o seu ninho. Ali chegadas, comem os ovos da abelha e depois as suas reservas de alimento.

Apesar da estratégia ‘ardilosa’ a que recorrem, estes besouros parasitas são importantes indicadores sobre a saúde das populações de abelhas solitárias e de habitats ricos em flores, uma vez que dependem muito destes para se reproduzirem.

Uma das maiores ameaças é aliás a agricultura intensiva e outras alterações no uso da terra, que levam à destruição dos prados de flores silvestres, alerta a organização ambiental BugLife.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

 

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.