Foto: Cristina Barros

Que espécie é esta: orquídea erva-abelha

A leitora Cristina Barros viu uma flor que lhe pareceu uma orquídea e pediu ajuda para identificar. O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra responde.

 

“No passado dia 25 de Abril, num pinhal na zona da Martingança, fotografei esta flor que me pareceu uma orquídea. Podem informar-me por favor se assim é e como se chama, qual a espécie?”, pediu Cristina Barros à Wilder.

Trata-se da espécie Ophrys apifera, da família Orchidaceae, de nome comum erva-abelha devido à forma da sua flor.

Espécie identificada e texto por: Filipe Covelo, colaborador do Jardim Botânico e do Herbário da Universidade de Coimbra (UC), no âmbito do projecto PRISC (Portuguese Research Infrastructure of Scientific Collections). O Jardim Botânico da UC tem a decorrer um projecto de consultas botânicas para o qual pode enviar as perguntas e dúvidas que tiver sobre plantas ([email protected]).

 

Foto: Cristina Barros

 

Esta orquídea tem uma distribuição alargada. É nativa da região mediterrânica, estendendo-se para norte até ao Reino Unido e para leste até aos países do Cáucaso.

Em Portugal, tem uma floração primaveril e ocorre preferencialmente em solos argilosos algo húmidos (menos vezes em secos), em pastagens e clareiras de matos.

Em termos reprodutivos, o que acontece muitas vezes nesta espécie é a autogamia. Ou seja, a planta auto-fecunda-se, pois os grãos de pólen passam dos órgãos reprodutivos masculinos para os femininos na mesma flor.

No entanto, ela é também polinizada por um insecto específico, uma abelha de nome científico Eucera nigrilabris. Como esta orquídea necessita deste insecto, ela desenvolveu uma estratégia para o atrair: as suas flores mimetizam a forma e o odor da fêmea, levando a que o macho siga os seus instintos de acasalamento.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.