Que espécie é esta: papa-moscas-preto

A leitora Alexandra Valongueiro fotografou esta ave a 20 de Setembro em Viana do Castelo e quis saber a que espécie pertence. Gonçalo Elias dá-lhe a identificação.

“Esta pequena ave estava em apuros numa marquise em Viana do Castelo. Foi facilmente apanhada pelo meu pai que a libertou de seguida, voando se problemas”, escreveu Alexandra Valongueiro à Wilder.

“Eu não vi a ave, por isso não tenho tenho informação sobre voo ou vocalizações… Gostava que identificassem a espécie, pois tenho umas ideias, mas principalmente dúvidas.”

A espécie que observou é um papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca).

Espécie identificada por: Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal.

Os papa-moscas-pretos são mais pequenos do que o pardal-doméstico e pesam cerca de 12 gramas.

O papa-moscas-preto pode ser observado em Portugal durante as épocas de migração, em especial no mês de Setembro, quando a espécie faz uma pausa prolongada, na viagem de regresso aos territórios de invernação na Costa do Marfim e Guiné.

Desde o final do Verão e o início do Outono, este migrador de passagem é uma das aves mais comuns no nosso território, segundo o portal Aves de Portugal.

“No período em que o papa-moscas-preto ocorre no nosso território  apresenta já a plumagem de Inverno, menos vistosa que a plumagem nupcial. Esta última é raramente observada em Portugal, tratando-se basicamente de uma combinação de preto no dorso e nuca, cauda preta, asas pretas com mancha branca nas primárias, e peito e garganta brancos (nos machos). No Outono, esta espécie substitui os pretos por tonalidades acastanhadas e sem ostentar a típica mancha branca na testa. Em ambas as 
plumagens é bastante notória a mancha branca nas asas, típica 
desta espécie.”


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.