Que espécie é esta: rã-verde

O leitor Miguel Formigo encontrou este animal junto a um prédio em Valongo. Quis saber a que espécie pertence e o que fazer para o ajudar. Ricardo Brandão responde.

 

Miguel Formigo passeava os seus cães esta manhã quando se deparou com um anfíbio junto a um prédio numa área urbana. “Fiquei admirado, como é que o animal foi surgiu naquele local?”

 

 

“Na área onde resido (Valongo, próximo de Alfena) existe uma serra com bastantes árvores e vegetação, embora desconheça se existe ali algum tipo de lago ou charco de onde possa ter vindo, isto considerando que no dia e noite de ontem houve chuva e algum vento considerável.”

Além de gostar de saber qual é a espécie deste anfíbio, Miguel Formigo também pede ajuda sobre como ajudá-lo.

“Devido ao local onde se encontrava, decidi capturá-lo (sem lhe tocar directamente) para sua segurança, pois é uma área onde passa muita gente com cães e sem dúvida algum poderia instintivamente atacá-lo e matá-lo.”

A espécie que observou é a rã-verde (Rana perezi).

Espécie identificada por: Ricardo Brandão,director-veterinário do CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens), em Gouveia.

A rã-verde está presente em todo o território português, admitindo-se que seja o anfíbio mais comum em Portugal. Ocorre em toda a Península Ibérica, podendo ser observada pelo menos até ao Sul de França.

A cor e os padrões da rã-verde podem variar muito, mas a tonalidade do dorso é geralmente verde, podendo ser ainda castanhas ou acinzentada. Atinge facilmente 7,5 cm, podendo chegar aos 10 cm de comprimento. Os tímpanos são bem visíveis.

Ricardo Brandão diz que “o ideal será libertar a rã de imediato numa zona com água, perto de onde foi encontrada. Pode ser um charco, ribeira ou um campo alagado. Não vale a pena alimentar”.

Quer ouvir uma rã verde?

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

[divider type=”thick”]Precisamos de pedir-lhe um pequeno favor…
Se gosta daquilo que fazemos, agora já pode ajudar a Wilder. Adquira a ilustração “Menina observadora de aves” e contribua para o jornalismo de natureza. Saiba como aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.