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Foto: Ómar Runólfsson/Wiki Commons

Que espécie é esta: rabirruivo-preto

O leitor Rui Bico recebeu novos residentes junto à sua casa, em Casais Novos, Alenquer, e pediu para saber a espécie. Gonçalo Elias responde.

 

“Tenho um casal de novos residentes na cornija da minha churrasqueira. Ambos são muito curiosos e toleram bem a minha presença, e não pretendo afugentá-los, antes pelo contrário”, explicou o leitor, sobre a fotografia tirada a 15 de Abril.

“Apesar de serem algo afoitos, pois até param a curta distância a observarem-me, quando tenho a câmera na mão fogem, dificultando a captura de uma imagem que permita identificar a espécie.”

 

Foto: Rui Bico

 

Trata-se de um rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros), ave também conhecida por rabirruivo, carvoeiro e pisco-ferreiro, entre outros nomes comuns.

Espécie identificada por: Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal.

Nesta altura do ano podemos ver rabirruivos, com o sua característico “tique nervoso” de cauda, mas também ouvi-los nos seus cantos nupciais de Primavera. Os machos têm o dorso escuro, uma mancha branca na asa e a cauda ruiva. As fêmeas são mais acastanhadas.

Segundo o livro “Aves de Portugal”, os rabirruivos costumam pôr 4 a 6 ovos e um casal pode criar duas ou três ninhadas numa época reprodutora. Alimentam-se quase sempre de insectos e outros invertebrados.

Como nidificantes, estas aves distribuem-se sobretudo para norte do Tejo, sendo mais escassas e localizadas no Sul do país.

No Inverno, aos rabirruivos residentes em Portugal, que estão agora em fase de reprodução, juntam-se os rabirruivos migradores invernantes. Estes vêm da Europa Central e Ocidental e por estes dias já regressaram às suas casas.

Pode saber mais sobre esta espécie, incluindo onde a procurar, no portal Aves de Portugal.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.