Que espécie é esta: rabo-de-raposa

A leitora Helena Cunha fotografou esta flor a 19 de Abril em Fonte Coberta, Barcelos, e pediu ajuda para identificar a que espécie pertence. Filipe Covelo responde.

 

Helena Cunha pergunta se será uma orquídea.

 

 

Trata-se da espécie erva-toira-maior, genistão ou rabo-de-raposa (Orobanche rapum-genistae).

Espécie identificada e texto por: Filipe Covelo, colaborador do Jardim Botânico e do Herbário da Universidade de Coimbra (UC), no âmbito do projecto PRISC (Portuguese Research Infrastructure of Scientific Collections). O Jardim Botânico da UC tem a decorrer um projecto de consultas botânicas para o qual pode enviar as perguntas e dúvidas que tiver sobre plantas ([email protected]).

Parece tratar-se da espécie Orobanche rapum-genistae Thuill. (família Orobanchaceae), de nome comum erva-toira-maior, genistão ou rabo-de-raposa.

É uma planta parasita de leguminosas (espécies da família Fabaceae) arbustivas, como por exemplo a giesta (Cytisus spp.) e o tojo (Ulex spp.), que se consegue ver ao fundo na foto.

Esta espécie nativa em Portugal é mais comum na zona Norte ocorrendo em matos e matagais. A área de distribuição nativa vai desde o Centro e Oeste Mediterrânico até NO da Europa.

A espécies do género Orobanche são todas parasitas, necessitando da presença do hospedeiro (muitas vezes específico) para realizarem o ciclo de vida.

Portanto, não é uma orquídea, mas essa é uma comparação que as pessoas fazem muitas vezes, talvez pela disposição das flores.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.