Que espécie é esta: ralo ou grilo-toupeira

O leitor Luís Miguel Ferreira encontrou um estranho insecto na zona de Entre os Rios (Penafiel), a 3 de Maio, e pediu ajuda para identificar a espécie. Eva Monteiro responde.

“Achei curioso porque parecia um híbrido de louva-a-deus, grilo e gafanhoto”, contou à Wilder o leitor.

Trata-se de um ralo (Gryllotalpa sp.), também conhecido como grilo-toupeira.

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Este lindo e estranho bicho é um ralo ou grilo-toupeira (Gryllotalpa sp.) que, na verdade, é mais aparentado com os grilos, pois grilos e ralos pertencem à mesma superfamilia: a Grylloidea.

Os ralos são uns grilos muito particulares que têm as patas anteriores modificadas em pás escavadoras com as quais fazem galerias em hortas e outros terrenos com solos pouco compactados.

Os machos cantam friccionando as asas anteriores, no interior destas galerias que funcionam como caixas de ressonância, amplificando muito o som metálico produzido.

Há três espécies de ralos em Portugal: Gryllotalpa africanaGryllotalpa gryllotalpa e Gryllotalpa vineae, sendo esta última a mais comum e provavelmente a espécie que foi fotografada pelo nosso leitor, embora seja difícil de identificar por fotografia.

O melhor é identificar pelo som, como aqui já se disse noutra ocasião. 


Recorde aqui o outro ralo ou grilo-toupeira que um dos leitores da Wilder encontrou.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.