Rata-de-água. Foto: David Perez/Wiki Commons

Que espécie é esta: rata-de-água

O leitor Rui Júlio avistou este animal junto à Ria Formosa, no Algarve, em Abril de 2018, e escreveu à Wilder para saber a que espécie pertence. Gonçalo Rosa responde.

 

Foto: Rui Júlio

 

Rui Júlio encontrou este animal nas margens de um lago na zona do Ludo, junto à Ria Formosa, perto da Quinta do Lago.

A espécie que observou é uma rata-de-água (Arvicola sapidus).

Espécie identificada por: Gonçalo Rosa, fotógrafo de vida selvagem

Esta não foi uma identificação óbvia porque esta espécie não costuma ter qualquer coloração branca. Mas Gonçalo Rosa acabou por concluir que se trata mesmo de uma rata-de-água, mas com uma mutação de cor na cabeça.

A rata-de-água é uma das 15 espécies de roedores conhecidos em Portugal (onde se incluem ratos, o leirão, ratinhos, ratazanas e o esquilo-vermelho).

É uma espécie nativa de Portugal, com estatuto de conservação de Pouco Preocupante no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005). Ainda assim, a nível internacional, o seu estatuto é diferente, sendo uma espécie Vulnerável (assim classificada na Lista Vermelha da União Internacional de Conservação da Natureza, UICN).

A rata-de-água constrói as suas tocas nas margens dos rios, por entre a vegetação.

Dela depende, por exemplo, o arminho (Mustela erminea), seu predador. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, a população de arminho em Espanha pode mesmo estar ameaçada pela importante diminuição de rata-de-água, de quem é um predador especialista.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

[divider type=”thick”]Precisamos de pedir-lhe um pequeno favor…

Se gosta daquilo que fazemos, agora já pode ajudar a Wilder. Adquira a ilustração “Menina observadora de aves” e contribua para o jornalismo de natureza. Saiba como aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.