Que espécie é esta: salamandra-de-pintas-amarelas

O leitor Mário Marques encontrou este anfíbio a 18 de Janeiro em Forninho (Palmela) e pediu para saber a que espécie pertence. Rui Rebelo responde.

 

“Depois de uma noite chuvosa houve uma visita inesperada. Quando abri a porta de casa, tinha um exemplar lindo de uma salamandra a querer entrar”, contou Mário Marques à Wilder.

 

 

“Depois de tirar as fotos coloquei-a no meio da vegetação junto a um charco.”

 

 

“Esta salamandra encontrou-me na localidade do Forninho, Poceirão, Palmela.”

Trata-se de uma salamandra-de-pintas-amarelas ou uma saramantiga (Salamandra salamandra).

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Esta é uma salamandra-de-pintas-amarelas. Já a subespécie é um pouco mais difícil.

Este indivíduo, para além da cor vermelha típica da subespécie Salamandra salamandra gallaica, tem também umas manchas cinza/acastanhadas no meio das pintas amarelas maiores. A presença destas duas cores (cinza/acastanhado e vermelho) é característica da subespécie Salamandra salamandra morenica (que tem o centro da distribuição na Serra morena, mas também na sua continuação em Portugal, ao longo do Alentejo).

Mas também pode aparecer na Salamandra salamandra crespoi, que existe no sudoeste do Algarve e Alentejo, até à serra de Grândola.

A zona da Arrábida e as areias em redor (como o Poceirão) é uma região onde as três subespécies se podem encontrar e tem algum interesse estudar como e se se cruzam entre si.

Saiba mais aqui sobre a salamandra-de-pintas-amarelas.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.