Vespa-asiática (Vespa velutina). Foto: Teresa Monjardino

Que espécie é esta: vespa-asiática

A leitora Teresa Monjardino fotografou uma vespa que lhe tinha entrado em casa, no final de Março, e pediu ajuda na identificação. Albano Soares responde.

 

“Será que é uma vespa asiática? Entrou no quarto dos miúdos”, explicou a leitora, adiantando que o local da casa fica em Massamá. Uma semana depois, ali surgia outra vespa igual.

Trata-se com efeito de uma vespa-asiática (Vespa velutina).

 

Vespa-asiática (Vespa velutina). Foto: Teresa Monjardino

 

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Trata-se de uma espécie exótica (não-indígena) e que tem um carácter invasor. Apareceu no Alto-Minho na primeira década deste século (XXI) e desde então tem sido reportada em diferentes locais do país.

Segundo este investigador, num artigo publicado na Wilder em Setembro passado, “apesar de dolorosa, como a de outras espécies, a sua picada [da vespa-asiática] só se torna potencialmente perigosa se a vítima for alérgica e desencadear um choque anafilático com consequências fatais”. “Como no caso das outras vespas, recomenda-se prudência na aproximação de uma colónia destas espécies”, aconselhou.

Esta espécie é também um um grande predador de outros insectos com impacto negativo nas comunidades de polinizadores nativos, inclusive nas populações da Abelha do mel (Apis mellifera) onde a predação pode levar a grandes prejuízos económicos.

É um insecto social. Na Primavera e Verão, os ninhos de pasta de papel podem conter centenas de indivíduos. As rainhas sobrevivem ao Inverno num ninho primário, pequeno e mais perto do solo.

Ainda assim, é necessário ter cuidado para não a confundir com espécies de vespas nativas de Portugal, importantes para a manutenção da biodiversidade. Descubra aqui como distinguir a vespa-asiática da vespa-europeia.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.