Vespa crabro. Foto: Björn Sothmann/Wiki Commons

Que espécie é esta: Vespa crabro

As leitoras Dínia Ines e Joana Novais fotografaram vespas maiores que o habitual, em Outubro, e pediram para saber a espécie. Albano Soares responde.

“Tenho encontrado este tipo de vespa (maiores que as comuns), mas só as vejo à noite pois são atraídas pela iluminação do jardim. Não conheço e gostaria de saber se são perigosas ou se são vespas ‘boas'”, explicou Dínia Ines, sobre as vespas que fotografou em Cortelha, na Serra do Caldeirão, Algarve.

Bem mais a Norte, em Marco de Canaveses, distrito do Porto, Joana Novais fotografou também uma vespa diferente, no dia 19 de Outubro.

Foto: Joana Novais

Nos dois casos, trata-se da Vespa crabro, que é uma espécie autóctone portuguesa. A Vespa crabro encontrada por Joana Novais é um macho.

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

No caso desta espécie, que também preda abelhas domésticas, a diferença em relação a vespas invasoras – como a asiática (Vespa velutina) – é que evoluiu no território português. Por essa razão, “as abelhas reconhecem-na como predadora e o impacto é mínimo”, explicou Albano Soares, numa identificação anterior.

Segundo o entomólogo, a principal diferença entre a Vespa crabro e a Vespa velutina (conhecida como vespa asiática) “são os segmentos abdominais: quase todos negros na Vespa velutina. Na Vespa crabro só os primeiros são quase inteiramente negros”.

Como a vespa-asiática (Vespa velutina) e a Vespa crabro são ambas espécies com tamanhos grandes, acabam por ser confundidas muitas vezes. O que ajuda a distingui-las, explica, é a cor dos segmentos no abdómen: quase todos negros na vespa-asiática, enquanto na Vespa crabro apenas os primeiros são totalmente negros.


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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.