Milhafre-real. Foto: Hansueli Krapf/Wiki Commons

Ajude a conhecer melhor as aves de Portugal este Inverno

Ao longo dos próximos meses realizam-se contagens regulares por todo o país, com a ajuda de voluntários, com o objectivo de se ficar a conhecer melhor a situação das aves em Portugal.

A Wilder falou com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e dá-lhe a conhecer quatro censos nos quais pode participar:

1. Censo europeu de milhafres-reais invernantes

Milhafre-real (Milvus milvus). Foto: Hansueli Krapf/Wiki Commons

O milhafre-real (Milvus milvus) está entre as aves de rapina mais ameaçadas do país, com uma população reprodutora Criticamente em Perigo e uma população invernante Vulnerável, composta por aves que chegam vindas no Norte da Europa.

Os primeiros censos de milhafre-real realizaram-se em 2015 e desde então fazem-se todos os anos, entre Janeiro e Fevereiro. Este ano, as contagens decorrem de 1 de Janeiro a 2 de Fevereiro, com o objectivo de contar o número de aves nos maiores dormitórios conhecidos em Portugal e obter mais dados sobre a espécie.

Este censo europeu acontece também em diversos países do Norte e Centro da Europa e é coordenado pela associação francesa Ligue pour la Protection des Oiseaux.

Pode saber mais aqui.

2. Contagens de Aves no Natal e Ano Novo (CANAN)

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Corvo (Corvus corax). Foto: Francesco Veronesi / Wiki Commons

As contagens já começaram a 15 de Dezembro, mas qualquer interessado pode participar, desde que o faça até ao final deste mês de Janeiro. O objectivo é seguir as tendências populacionais das aves que passam a época de invernada nos campos agrícolas de Portugal.

Se agora por estes dias for para o campo e visitar zonas agrícolas ou agropastoris, e quiser colaborar no CANAN, saiba como fazê-lo aqui.

3. Arenaria

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Rola-do-mar (Arenaria interpres). Foto: H. Zell / Wiki Commons

Quer ajudar a conhecer melhor a situação das aves costeiras invernantes em Portugal? Então este é o censo certo para si. O Arenaria teve início no final de 2009 e nasceu de uma parceria entre a Unidade de Investigação em Eco-Etologia (UIEE/ISPA-Instituto Universitário), o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) e a SPEA.

As contagens começaram a 1 de Dezembro, mas prolongam-se até ao dia 31 deste mês. O objectivo é registar a presença dessas aves nas praias.

Pode ver aqui como participar. E aprenda a identificar estas cinco aves costeiras invernantes com a ajuda de Maria Dias, uma das autoras do livro “Lá Fora – Guia para Descobrir a Natureza”.

4. NOCTUA Portugal – Programa de Monitorização de Aves Nocturnas

Bufo-real (Bufo bufo). Foto: Dick Daniels/Wiki Commons

Iniciado na época 2009/2010, o NOCTUA surgiu no âmbito do Grupo de Trabalho sobre Aves Nocturnas da SPEA.

O objectivo deste censo é acompanhar a evolução das aves nocturnas em Portugal, incluindo o bufo-real (Bufo bufo), o mocho-galego (Athene noctua) e a coruja-das-torres (Tyto alba). Divide-se em três épocas de amostragem: a primeira é de 1 de Dezembro a 31 de Janeiro, a segunda de 1 de Março a 30 de Abril e a última vai de 1 de Maio a 15 de Junho.

Quer colaborar? Saiba aqui como fazer.

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Recorde como pode ajudar as aves dos jardins neste Inverno.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.