Alunos da Universidade de Aveiro vão cuidar de 2.000 árvores autóctones

De Outubro a Fevereiro, jovens carvalhos-alvarinhos, amieiros, freixos, salgueiros e choupos estarão aos cuidados dos estudantes, até serem plantados em zonas desflorestadas.

A entrega das árvores, todas de espécies autóctones, vai acontecer a 2 de Outubro, em frente à reitoria, no Campus da Academia de Aveiro, explica a Universidade de Aveiro em comunicado enviado ontem à Wilder.

Além das árvores, os alunos receberão um pequeno kit com instruções sobre como tratar das árvores bem como informação sobre a floresta portuguesa. 

As 2.000 árvores serão entregues aos estudantes que irão cuidar delas até Fevereiro, tornando-se padrinhos e madrinhas de carvalhos-alvarinhos, de amieiros, de freixos, de salgueiros ou de choupos. Nessa altura, irão plantá-las em zonas desflorestadas no município de Estarreja. As acções de reflorestação terão a orientação técnica da Agora Aveiro e da Associação BioLiving.

Durante o decorrer do projeto, os padrinhos e as madrinhas das jovens árvores terão ao seu serviço uma linha de apoio, prestada pelo Núcleo e Estudantes de Biologia da Associação Académica da Universidade, para os ajudar na tarefa de cuidar das árvores em casa.

O objectivo desta iniciativa, um dos maiores projectos universitários de reflorestação em Portugal, é “dar o exemplo na defesa e promoção da floresta autóctone e do seu valor na mitigação das alterações climáticas, resiliência contra incêndios, regulação e melhoria do clima e conservação da biodiversidade”.

Mas não só. O projecto Plantar o Futuro pretende “mudar o papel dos jovens na defesa da Natureza, desde a ocasião em que adotam as pequenas árvores até ao momento em que, pelas suas próprias mãos, as plantarão em zonas desflorestadas”.

Com o mote “Se cada um de nós plantar uma árvore, um dia teremos uma floresta”, esta iniciativa vai já no segundo ano consecutivo. É organizada pelo Grupo para a Sustentabilidade da Universidade de Aveiro, pela associação Agora Aveiro e pela Câmara Municipal de Estarreja.

Tem também o apoio do Instituto Português do Desporto e da Juventude, através do Programa Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas. Este projeto é cofinanciado pela União Europeia e pelo Instituto Camões, no âmbito do projeto NOPLANETB AMI.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.