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Campanha “O que não acaba no lixo acaba no mar” está de volta

Sensibilizar os portugueses para o importante papel que cada um tem na redução do lixo no oceano é o mote desta campanha da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa. Na sua segunda edição, a campanha quer chegar a um público ainda mais alargado.

 

São três histórias que retratam situações do dia-a-dia. Em cada uma, os personagens deitam uma beata no chão, ou uma cotonete na retrete ou ainda uma embalagem na areia. Imediatamente iniciam, de modo involuntário, o trajeto real destes produtos até chegarem ao mar.

Estes três filmes publicitários, realizados em 2017 em parceria com a Olá, querem este ano chegar a um público ainda mais alargado, através do “reforço do investimento em media”, explica um comunicado enviado esta semana à Wilder.

Além dos três canais generalistas, a campanha “O que não acaba no lixo acaba no mar” estará pela primeira vez em cabo (SIC Notícias, TVI 24, Globo, Discovery, Hollywood, CMTV), estará no digital e reforçará a sua mensagem em 5.000 pontos de venda da Olá.

 

 

“A sociedade em geral não sabe que o lixo deitado para o chão, mesmo a grandes distâncias da costa, vai parar ao mar mais cedo ou mais tarde”, avisou Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul.

“A maioria da população sabe que poluir o oceano é negativo mas as pessoas entendem que muito do lixo que chega ao oceano não é da sua responsabilidade, nem é intencional. O que pretendemos com esta campanha é alertar para a necessidade de cada um de nós alterar o seu comportamento, evitando a degradação do ambiente marinho”, acrescentou.

Este é o segundo ano de uma campanha que quer ajudar a resolver uma das maiores ameaças ao oceano, a poluição por plásticos.

Todos os anos, entre oito a 12 milhões de toneladas de plástico chegam ao oceano, o equivalente a despejar um camião de plástico a cada minuto.

“Os efeitos são desastrosos para a biodiversidade e ecossistemas marinhos, com um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos a morrer, todos os anos, devido à poluição por plástico”, segundo o comunicado, citando dados da Unesco.

Por exemplo, na manhã de 16 de Junho, 285 quilos de lixo foram recolhidos por 40 voluntários numa limpeza subaquática, em frente ao Clube Náutico de Cascais. E esta é apenas uma parte do que deitamos ao oceano. Uma série de expedições da Oceana expôs recentemente o estado dos fundos marinhos da Europa. Restos de vassouras, bicicletas, garrafas de plástico e pneus fazem hoje parte das profundezas do Atlântico, Mediterrâneo e Báltico.

Agora, esta campanha quer incentivar as pessoas a colocar o lixo no sítio adequado, evitando que vá parar às praias e aos oceanos, e a evitar a utilização de produtos descartáveis.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.