Guaxinim. Foto: Isiwal/WikiCommons

Como identificar um guaxinim

Uma equipa de biólogos está a tentar conhecer melhor a expansão desta espécie exótica em Portugal. Saiba mais sobre este carnívoro, nomeadamente, como o identificar na natureza.

 

Vasco Valdez, estudante de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está a estudar a distribuição desta espécie em Portugal e deixa várias pistas sobre como a podemos identificar:

 

Tamanho, peso e aspecto geral:

O guaxinim é um carnívoro de porte médio, com um peso que pode variar entre os 4 e os 12kg. A cabeça é larga, com um focinho curto e fino. Tem as orelhas separadas e redondas, olhos grandes e escuros. O resto do corpo é largo com membros curtos. Quanto à pelagem, pode apresentar tons cinzentos claros e escuros, ou mesmo avermelhados. Apesar de raros, podem ocorrer casos de albinismo.

 

Características que o distinguem de outros carnívoros:

As principais características desta espécie são a “máscara” facial escura em torno dos olhos e as 5 a 7 riscas escuras na cauda.

 

Guaxinim. Foto: nature-Pix/Pixabay

 

Vestígios mais característicos da sua presença:

Pegadas e dejectos.

A pegada do guaxinim é praticamente inconfundível, marcada por 5 dedos, compridos, finos e bem separados. Por vezes é possível observar-se as unhas, estreitas, compridas e um pouco curvadas. As pegadas das patas traseiras são maiores e apresentam também os 5 dedos.

 

Foto: Vasco Valdez

 

Os seus dejetos são geralmente depositados em latrinas localizadas em troncos de árvores caídas, cavidades ou rochas. São compostos, normalmente, por fragmentos cilíndricos, podendo ser confundidos com os dejetos de um canídeo (ex. raposa).

 

Foto: Vasco Valdez

 

Por ser uma espécie generalista, a sua dieta é bastante variada. Na Península Ibérica a sua principal presa parece ser o lagostim-vermelho (também uma espécie introduzida), possível de identificar nos dejetos, embora possa consumir uma grande variedade de presas (mamíferos, aves, anfíbios, peixes, insectos, frutos), incluindo muitas espécies nativas. Quanto ao odor, enquanto está fresco é intenso e desagradável.

 

Espécies nativas com as quais pode ser mais facilmente confundido:

Genetas, devido à cauda anelada, e texugos, pela máscara facial e tamanho corporal.

 

Época do ano em que está mais ativo: 

Primavera, aquando a época de acasalamento e reprodução, e também durante o verão e outono, quando acumula reservas para o Inverno. Durante o Inverno,o alimento é mais escasso, logo a atividade é menor, pois passa a maior parte do tempo abrigado saindo para se alimentar em dias menos frios.

É uma espécie que se encontra activa maioritariamente durante a noite.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra aqui tudo sobre o trabalho de Vasco Valdez, dedicado ao guaxinim em Portugal, e saiba como pode ajudar.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.