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Conheça as cinco espécies de lavandulas de Portugal

Na Primavera, um pouco por todo o país, os campos enchem-se com as cores e os aromas das lavandulas. Conheça as cinco espécies que ocorrem espontaneamente em Portugal, com a ajuda da ilustradora Carolina Fernandes da Silva.

 

Todos os rosmaninhos, alfazemas ou lavandas (designação comum no Brasil) pertencem ao género Lavandula L. 
Actualmente são reconhecidas cinco espécies espontâneas em Portugal (três rosmaninhos e duas alfazemas):

 

Lavandula stoechas (subspécie luisieri): Rozeira

 

Lavandula luisieri. Ilustração: Carolina Fernandes da Silva
Lavandula luisieri

 

Esta lavandula tem uma inflorescência compacta e alargada, um pedúnculo curto ou mediano, um cálice com pêlos muito curtos e a corola com todos os lóbulos iguais ou pouco desiguais. Ocorre no Centro e metade Ocidental da Península Ibérica. Em Portugal abunda no Nordeste, Centro e Sul.

 

Lavandula stoechas (subspécie pedunculata): Rosmaninho-maior, arçã

 

Lavandula pedunculata
Lavandula pedunculata

 

Já este rosmaninho tem um pedúnculo comprido e sem folhas. É possível encontrá-lo, especialmente, na metade setentrional da Península Ibérica; em Portugal ocorre mais abundantemente no Nordeste, Centro e Sul de Portugal.

 

Lavandula stoechas (subspécie viridis): Rosmaninho-verde

 

Lavandula viridis
Lavandula viridis

 

O rosmaninho-verde distingue-se dos demais por ser em tons de verde e por ter as flores de cor creme. Esta planta é mais difícil de encontrar e ocorre esporadicamente no Sudoeste e Sudeste alentejanos e no Barlavento algarvio.

 

Lavandula latifolia Medicus: alfazema-brava

 

Lavandula latifolia Medicus
Lavandula latifolia Medicus

 

Esta é uma planta menos abundante do que as outras. As suas folhas são mais largas e as inflorescências são estreitas. Em Portugal cresce apenas nos maciços calcários da Estremadura e Beira Litoral.

 

Lavandula multifida L. (sem nome comum conhecido) 

 

Lavandula multifida L
Lavandula multifida L

 

Esta planta faz um pequeno arbusto que pode medir entre os 70 centímetros e um metro de altura. Diferencia-se de todas as outras espécies da Península Ibérica por ter as folhas divididas em segmentos muito estreitos. É propensa a microclimas mais quentes e encontra-se em pequenas comunidades nas vertentes expostas a Sul da Serra da Arrábida e do Vale do Guadiana.

 

Então e o alecrim?

 

Rosmarinus
Rosmarinus officinalis

 

O alecrim (Rosmarinus officinalis L) não é uma lavandula. Embora a nomenclatura botânica seja redigida em latim e a língua portuguesa derive da mesma, verifica-se que o género Rosmarinus L., tão abundante em Portugal na espécie Rosmarinus officinalis L., recebeu o nome alecrim e não rosmaninho, confusão comum entre os portugueses devido ao  cognato em inglês “Rosemary“.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Conheça aqui o trabalho de Carolina Fernandes da Silva.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.