Pisco-de-peito-ruivo. Inverno. Foto: InspiredImages/Pixabay

Dicas para um Natal e um Fim-de-Ano mais sustentáveis

A Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável sugere como podemos celebrar de forma a ajudar a travar a perda de biodiversidade e a preservar os recursos naturais.

Evite desperdícios à mesa:

Aposte no planeamento das refeições dos dias de festa – véspera de Natal, Natal, Passagem do Ano, Ano Novo e Reis – para conseguir comprar apenas aquilo de que necessita. Isto vai permitir-se “não só poupar dinheiro como também evitar o desperdício alimentar”.

Se cozinhou comida a mais e ficou com sobras, a palavra de ordem é “Não Desperdiçar”. “O que sobrou pode ser reutilizado noutros pratos.” A melhor forma de conservar as sobras sem que estas entrem em contato com substâncias prejudiciais é utilizar recipientes feitos de vidro, de cerâmica ou de metal.

Reduza nas embalagens:

Na hora de fazer as suas compras para as refeições de Natal e Ano Novo prefira produtos a granel ou pouco embalados (e principalmente que não estejam embalados em plástico). “Actualmente já existem muitas lojas de venda a granel. Faça uma pesquisa na Internet para descobrir a que lhe é mais próxima.”

Nos seus jantares e almoços festivos utilize produtos reutilizáveis (pratos, copos, talheres, etc.), combatendo a proliferação de plásticos no ambiente.

Para aqueles que não irão passar o ano em casa e vão, por exemplo, a uma festa ou jantar, podem levar um copo reutilizável para evitar usar os de uso único, recusar palhinhas ou levar uma pessoal. Para quem prefere uma festa caseira, a lógica da reutilização é a mesma, quer nos copos, pratos, etc, quer nas decorações.

Escolha produtos com menos impactos na natureza:

Opte por comprar produtos locais e, no caso dos produtos alimentares, prefira os da estação do ano e de agricultura biológica.

Tenha em conta produtos certificados (sustentabilidade, comércio justo, agricultura biológica). Mesmo em produtos como os chocolates, “onde já existe uma ampla oferta”.

Em relação ao pescado, compre bacalhau e polvo de grande dimensão e dê preferência ao bacalhau pescado de forma sustentável (certificado).

Ofereça prendas amigas do Ambiente:

Se não sabe o que oferecer, um produto comestível (como chá biológico, um vinho, chocolates artesanais) é uma boa garantia de sucesso.

Também pode oferecer algo feito por si, como bolachas, bolinhos ou bombons caseiros mas também fotografias memoráveis ou frases inspiradoras numa moldura feita por si, reutilizando materiais que tenha em casa.

Comprar presentes em segunda-mão pode ser uma excelente opção. “Muitos bens em segunda-mão encontram-se em condições semelhantes aos produtos novos e são muitas vezes vendidos a menos de metade do preço.”

Uma outra opção é oferecer o apoio a causas, como adoptar uma causa, apoiar uma instituição. Pode também oferecer experiências – passeios, ações de voluntariado, etc. – em alternativa aos bens materiais.

Reutilize ou recicle papéis de embrulho:

“Nos dias seguintes ao Natal ainda é visível que a redução e a separação seletiva não fazem parte das práticas de muitos portugueses”, escreve a Zero. Por isso, separe os materiais de embrulho e outros e tente reutilizá-los. Se tal não for possível, todos os resíduos devem ser devidamente encaminhados para os ecopontos para serem reciclados.

Faça um novo compromisso para o ano que começa:

Ano novo, vida nova! E porque não definir como projecto do ano deixar de desperdiçar os bioresíduos que produz em casa? Faça (ou compre) um compostor e passe a aproveitar os resíduos orgânicos, produzindo composto (terra nova) para usar no seu jardim ou horta. É um processo simples e natural.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.