Num mês jovens recolheram 16,5 toneladas de lixo de praias e rios

Durante o mês de Novembro, o “mês do Mar”, 108 quilómetros de costa e zonas ribeirinhas de 17 distritos ficaram mais limpos, graças ao trabalho de 3.650 escuteiros e guias.

O tipo de lixo mais recolhido foi beatas de cigarros, seguido de garrafas de plástico e cotonetes.

Esta operação, iniciativa da Fundação Oceano Azul e do Oceanário de Lisboa, envolveu 100 agrupamentos e companhias diferentes de escuteiros e guias, em 105 acções por todo o país, segundo um comunicado enviado hoje à Wilder.

Os jovens recolheram também pneus, cartuxos de caça e cápsulas de café. E uma garrafa de plástico e um copo de iogurte com validades de 1997 e de 1998, respectivamente.

Esta acção nacional teve como objectivo “a mobilização nacional do CNE (Corpo Nacional de Escutas) e da AGP (Associação Guias de Portugal) e serviu para sensibilizar a comunidade escutista para a questão do lixo marinho e para a promoção de um comportamento mais sustentável”, segundo a Fundação Oceano Azul.

“Quisemos apostar na capacitação e mobilização das maiores associações de jovens e crianças do país, cuja influência na sociedade civil será determinante para uma cidadania ambiental mais activa e participativa”, disse Diogo Geraldes, do Departamento de Educação do Oceanário de Lisboa. 

“Já não existem dúvidas de que o lixo marinho é uma das principais ameaças à biodiversidade marinha e aos seres humanos e que a conservação do oceano é uma responsabilidade de todos. É um tema urgente”, acrescentou.

Durante o mês de Novembro, a Fundação Oceano Azul e o Oceanário de Lisboa disponibilizaram materiais, como luvas reutilizáveis, balanças e sacos. Durante as ações de limpeza, os educadores marinhos do Oceanário realizaram o programa “Plasticologia Marinha” para sensibilizar os participantes para o problema do lixo marinho.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.