Serra da Estrela. Foto: Paulo Juntas/Wiki Commons

O que procurar no Verão: 5 tesouros botânicos da Serra da Estrela

Neste Verão aproxime-se da vida selvagem em Portugal e descubra o que ver e onde procurar. O CISE (Centro de Interpretação da Serra da Estrela) propõe cinco espécies de plantas para procurarmos na Serra da Estrela nesta altura do ano.

 

O Verão é a melhor estação para procurar tesouros botânicos (e não só) na Serra da Estrela. “Este é o período do ano em que a serra se mostra e partilha todos os segredos, não só aos botânicos”, conta-nos Alexandre Silva, do CISE. “É nesta altura que podemos observar espécies de fauna e paisagens que, durante o Inverno, estão “escondidas” pelo manto branco da neve. Assim, e contrariando a ideia de que a serra da Estrela só vale no Inverno, a visita a este território é muito mais interessante e enriquecedora no Verão.”

Para começar a explorar a biodiversidade da Serra da Estrela, aqui ficam cinco espécies de plantas para procurar:

Orvalhinha (Drosera rotundifolia), a única espécie de hábito insectívoro desta montanha:

Orvalhinha na Serra da Estrela. Foto: Ângela Nascimento

 

Argençana-dos-pastores (Gentiana lutea):

Genciana lutea. Foto: Javier Martin/Wiki Commons

 

 

Espadana-de-folhas-estreitas (Sparganium angustifolium):

 

Sparganium angustifolium. Foto: Hans Hillewaert/Wiki Commons

 

Silene foetida subsp. foetida, uma das três espécies endémicas (exclusivas) da serra da Estrela: 

Silene foetida. Foto: Ziegler175/Wiki Commons

 

 

Feto (Dryopteris expansa): 

Dryopteris expansa. Foto: Joan Simon/Wiki Commons

 

O CISE organiza, desde 2012, passeios botânicos à Serra da Estrela, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Botânica. Estes passeios acontecem um na Primavera e outro no Verão para “interpretar e dar a conhecer a flora e a vegetação do vasto território da serra da Estrela em diferentes períodos do ano”, explica Alexandre Silva.

Durante essas expedições serranas, os visitantes descobrem ainda a geologia, geomorfologia, as actividades tradicionais de cariz agropastoril e como podem conservar os habitats e as espécies desta montanha.

A 29 de Julho, o CISE organizou o passeio botânico de Verão de 2017, para mostrar as espécies de flora da área mais superior da serra da Estrela.

 

Passeio botânico de 29 de Julho. Foto: Ângela Nascimento

 

Cerca de 20 pessoas passaram pelo rebordo do Covão Cimeiro, Covão da Clareza, Cabeceira da Candeeira, Cume e pelas Salgadeiras. Segundo Alexandre Silva, nesta região há várias “espécies singulares” de grande interesse e que ajudam a diferenciar esta das outras áreas montanhosas de Portugal. “Com esta actividade pretendemos sensibilizar e transmitir aos participantes que estamos num espaço único e singular do nosso território, uma “ilha” e, ao mesmo tempo, um refúgio para estas espécies”, acrescentou.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Se ficou interessado na biodiversidade da Serra da Estrela, pode participar no último de uma série de quatro percursos pedestres organizados para Agosto pelo CISE, utilizando os percursos pedestres da rede de Caminhos de Montanha. O passeio pela Rota da Caniça é já a 23 de Agosto. Saiba mais aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.