Foto: Joana Bourgard / Wilder

Plataforma da biodiversidade nacional ultrapassou as 400.000 observações

O Biodiversity4all – base de dados da biodiversidade portuguesa feita por peritos e cidadãos – já tem cerca de 7.000 espécies de animais, plantas e fungos e ultrapassou as 400.000 observações. A campanha de ciência cidadã Pé n’a Terra, que decorreu em Maio, deu uma ajuda.

 

Esta terça-feira ao início da tarde, o Biodiversity4all tinha registadas um total de 6.956 espécies e 400.854 observações, números que estão sempre em actualização.

Desde o início de 2016, Maio foi o mês com mais espécies registadas (um total de 1.587), muito graças à campanha nacional Pé n’a Terra, iniciativa que começou em 2011 e que este ano se realizou de 14 a 29 de Maio.

Segundo os resultados da iniciativa, enviados recentemente à Wilder, 21 entidades – desde Centros de Ciência Viva a câmaras municipais, escolas, empresas e associações não governamentais – organizaram 57 actividades de registo de espécies, abertas a todos os cidadãos.

Em Maio, naturalistas espalhados por todo o país registaram 880 espécies de plantas, 312 de aves, 63 de borboletas diurnas, 41 de mamíferos, 34 de répteis e anfíbios, 17 de libelinhas, seis de peixes, cinco de cogumelos, entre muitas outras. Nesse mês, a base de dados recebeu 10.570 registos de espécies, 101 das quais novas para o Biodiversity4all.

Agosto já conta com 290 espécies, 121 das quais são aves.

“Estes projectos de ciência cidadã de inventariação da biodiversidade são importantes para detectar tendências na evolução das populações de espécies comuns”, explicou Inês Teixeira do Rosário, bióloga ligada ao Biodiversity4all. Por exemplo, “se, ao longo do tempo, as pessoas forem registando os pardais que observarem e os locais podemos detectar declínios”, acrescentou.

Esta base de dados também aloja dados de outros projectos, como é o caso das estrelas-do-mar. “Os investigadores pedem às pessoas para, se virem estrelas-do-mar, registarem certas características que permitem saber se elas estão doentes. Isto é importante para quem está a investigar porque recebe a ajuda de muitas pessoas que nesta época do ano vão à praia.”

E qualquer cidadão pode adicionar dados ao Biodiversity4all, em qualquer região. “Assim podemos ter todo o país a contribuir para a inventariação da biodiversidade, uma tarefa muito difícil para uma equipa de cientistas, por exemplo”.

Por outro lado, todos os dados ficam acessíveis a qualquer cidadão ou investigador.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais. 

Consulte as espécies registadas na base de dados por mês.

Descubra as respostas às cinco perguntas que fizemos sobre os bastidores do Biodiversity4all.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.