/

Que espécie é esta: um grande grilo cantor

O leitor Emanuel Ferreira encontrou este insecto a 15 de Outubro de 2016 no Vale do Risco (Parque Natural da Arrábida) e pediu ajuda para identificar esta espécie. Saiba qual é.

 

Este insecto é um grilo-de-sela-de-perna-longa (Steropleurus pseudolus).

Espécie identificada por: Eva Monteiro, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

 

 

Eva Monteiro explica que este estranho bicho é um insecto da Ordem Orthoptera, à qual também pertencem grilos, saltões e gafanhotos.

É uma espécie endémica da Península Ibérica, mais abundante no sudoeste penínsular, onde vive, sobre arbustos e herbáceas altas, em áreas de montados e matagais abertos.

Os grilos-de-sela distinguem-se por terem grandes dimensões, pelo pronoto (zona atrás da cabeça) muito desenvolvido que lembra uma sela de montar e pelas tégminas (nome dado às anteriores endurecidas dos ortópteros) muito reduzidas e de forma arredondada.

São bons cantores. Produzem um canto metálico, que faz lembrar o som das cigarras, através da fricção das asas anteriores. Talvez por isso sejam também conhecidos por “cigarrinhas” em muitos locais do nosso país. No entanto, o tamanho das patas posteriores adaptadas ao salto e a boca mastigadora não deixam lugar a dúvidas: trata-se de um ortóptero.

O grilo-de-sela-de-perna-longa tem pernas e antenas particularmente longas em relação ao corpo.

Esta espécie pode ser observada nas Estações da Biodiversidade da Herdade da Ribeira Abaixo (Grândola), do Parque da Natureza de Noudar (Barrancos) e Ribeira de Alportel (São Brás de Alportel).

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.