Foto: Paula Côrte-Real
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Sete bagas e outros frutos para procurar no Inverno

É nesta altura do ano que se tornam mais visíveis os frutos carnudos, mais conhecidos por bagas. Ficam disponíveis como alimento para as aves residentes e invernantes, agora que os dias vão ficando mais frios, e dessa forma as sementes destas plantas conseguem ser transportadas para outros locais.

 

Aqui ficam sete sugestões de plantas que produzem bagas e outros frutos e que o desafiamos a procurar, num passeio pelo Jardim Gulbenkian, em Lisboa, ou por outros espaços verdes.

 

Azevinho (Ilex aquifolium):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

Esta é uma espécie muito associada ao Natal, com as suas vistosas bagas vermelhas. Acabou por tornar-se vítima da sua popularidade e hoje é legalmente proibido cortar ou apanhar azevinho, mas podem comprar-se em viveiros. Na natureza é uma espécie dióica: divide-se em plantas machos e fêmeas, e só estas últimas têm bagas. 

 

Pilriteiro (Crataegus monogyna):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

Os pequenos frutos vermelhos deste arbusto de folha caduca – que pode transformar-se em pequena árvore – chamam-se pilritos. Há quem os use para compotas ou vinho. O formato recortado das folhas ajuda a reconhecer esta espécie, que pertence à mesma família das rosas e dos morangueiros (Rosaceae). É nativo dos países da Europa, incluindo Portugal, e também da Ásia e Noroeste de África, e pode viver até aos 500 anos. 

 

Folhado (Viburnum tinus):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

Este arbusto nativo dos países do Sul da Europa e do Norte de África apresenta bagas de cor azul-metálica, de formato ovoide, e é apreciado por ser muito decorativo. Foi batizado com o termo ‘tinus’, que significa ‘louro silvestre’, porque as folhas fazem lembrar as do louro.

 

Murta (Myrtus communis):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

Os frutos violeta deste arbusto, chamados de murtinhos, dão origem a um tradicional licor da Sardenha e Córsega. A murta é nativa do Mediterrâneo e Sudoeste da Europa e era associada na mitologia grega a Afrodite, deusa do Amor. É também conhecida por murteira, mirta ou murtinho. No Jardim estão plantadas pelo menos três variedades desta planta, incluindo a chamada murta-dos-jardins (Myrtus communis subsptarentina), mais pequena e compacta.

 

Gilbardeira (Ruscus aculeatus):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

Redondos e vermelho-vivos, os frutos da gilbardeira crescem em caules que têm forma de folha. Este arbusto nativo da Europa e Norte de África era antigamente muito popular como decoração no Natal, pelo que passou a ser uma espécie protegida. A gilbardeira é também chamada de azevinho-menor ou ainda giesteira-das-vassouras. Porquê? É que antigamente os ramos usavam-se para fazer vassouras. 

 

Ligustro (Ligustrum sinense):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

Com origem na China, o ligustro tem umas pequenas bagas de cor escura arroxeada, muito apreciadas pelas aves, mas consideradas tóxicas para os humanos. Este arbusto também é chamado de alfeneiro-da-China. Curiosamente, o primeiro ocidental a descrever esta espécie foi um missionário jesuíta português, João de Loureiro, na sua obra ‘Flora Cochinchinensis’, publicada em 1790.

 

Rosa-canina (Rosa canina):

 

Foto: Paula Côrte-Real

 

A rosa-canina, também conhecida por roseira-brava ou rosa-mosqueta, é uma roseira nativa de grande parte da Europa e das zonas temperadas da Ásia e do Norte de África. Os pequenos frutos deste arbusto – na verdade pseudofrutos, pois desenvolvem-se a partir de um tecido vegetal ao lado da flor – são conhecidos por serem muito ricos em vitamina C. Por vezes são usados em compotas ou mesmo em gelados.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Quantas destas sugestões consegue encontrar? O desafio é fotografar ou desenhar as bagas e frutos que observar e partilhar as suas imagens connosco, enviando para [email protected]. Iremos publicar as melhores na Wilder.

Ao longo do ano, a cada mês, a revista Wilder sugere-lhe a natureza que não pode perder no Jardim Gulbenkian.

 

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.