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Tem até dia 20 de Novembro para escolher a Árvore Portuguesa de 2018

Está aberta a votação online para eleger a árvore portuguesa que irá representar o país no concurso europeu da Tree of the Year. Há 10 a concurso, até 20 de Novembro.

 

De 13 a 20 de Novembro, os portugueses podem escolher a sua árvore preferida, através do sistema de votação online, explica, em comunicado, a União da Floresta Mediterrânica (UNAC), organizadora da participação portuguesa neste concurso.

As dez árvores a concurso foram selecionadas, entre 29 candidaturas apresentadas, por um júri especialista constituído por Ana Luísa Soares, António Bagão Félix, Nuno Mendes Calado, Paulo Tenreiro e Rui Queirós.

No ano passado, o Sobreiro Assobiador (da espécie Quercus suber, no concelho de Palmela) venceu a edição europeia do Tree of the Year, com mais de 26.600 votos.

Este ano estão a concurso 10 árvores. Até ao momento, a árvore com mais votos é o Plátano do Rossio (Platanus híbrida), árvore com 180 anos, em Portalegre. É a mais antiga árvore classificada de interesse público portuguesa e foi plantada em 1838. Tem uma copa com 27 metros de diâmetro e muitas histórias para contar. “Chegou a ter o tronco serrado até meio mas o povo portalegrense revoltou-se e não permitiu o ‘crime'”, segundo o site oficial.

Outras árvores finalistas são uma aroeira (Pistacia lentiscus) com 600 anos localizada em Valongo, Avis; uma azinheira (Quercus rotundifolia) com 150 anos em Alcaria Ruiva (Mértola); um carvalho alvarinho ou carvalho roble (Quercus robur) com 500 anos em Bouça da Tojeira (Póvoa do Lanhoso); um dragoeiro (Dracaena draco) com 400 anos em Lisboa; um sobreiro (Quercus suber) com mais de 300 anos em Abela (Santiago do Cacém); uma oliveira (Olea europea) com 3.350 anos em Mouriscas (Abrantes); um carvalho-cerquinho ou carvalho-português (Quercus faginea) com 90 anos em Lisboa; uma tuia (Thuja plicata) com 150 anos em Sintra e um zambujeiro (Olea europaea) com mais de 1.000 anos em Foros de Vale de Figueira (Montemor-o-Novo).

Pode escolher duas árvores destas 10. A vencedora será conhecida a 21 de Novembro. Será essa árvore que Portugal levará ao concurso europeu a decorrer em Fevereiro de 2019.

De acordo com os organizadores, o concurso Tree of the Year “valoriza os critérios biológicos, estéticos, dimensionais e históricos ou culturais associados às árvores, realçando a ligação emocional que as pessoas e as comunidades mantêm com as árvores, bem como a sua importância para o património natural e cultural da Europa”.

A UNAC foi o parceiro escolhido para organizar o concurso a nível nacional, tendo a iniciativa o apoio institucional do Ministério da Agricultura, Floresta e Desenvolvimento Rural.

Todos os anos a votação para a Árvore Europeia do Ano é organizada pela Environmental Partnership Association (EPA).

O concurso da Árvore Europeia do Ano surgiu no ano de 2011 e foi inspirado no concurso checo Árvore do Ano, organizado pela Czech Environmental Partnership Foundation. Desde então, o número de países envolvidos no concurso cresceu de cinco para 13. O concurso europeu é uma final constituída pelos vencedores dos diferentes concursos nacionais.

“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e proteção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.