Voluntários plantaram árvores nativas junto a ribeira de Torres Vedras

A iniciativa faz parte do projecto “ReFlorestar Torres Vedras” e quer ajudar a criar corredores ecológicos ao longo das principais linhas de água do concelho.

 

A 29 de Dezembro, um grupo de voluntários juntou-se nas margens da Ribeira da Conquinha, afluente do rio Sizandro, para ajudar a natureza.

Os voluntários limparam e removeram infestantes, como canas, e plantaram cerca de cem espécies autóctones, como choupos, freixos, amieiros, salgueiros, ulmeiros, tamargueiras e carvalhos-alvarinhos, informou hoje a autarquia em comunicado enviado à Wilder.

Iniciativas semelhantes já têm acontecido no Parque Verde da Várzea e na Vala dos Amiais, todas elas com o mesmo objectivo: criar corredores ecológicos ao longo das principais linhas de água.

Uma das principais espécies a beneficiar desta missão é o ruivaco-do-oeste (Achondrostoma ocidentale). Esta é uma das espécies de peixe de água doce mais ameaçados em Portugal, apenas existindo em três ribeiras dos concelhos de Torres Vedras e Mafra.

Para ajudar este peixe, a autarquia de Torres Vedras começou em Outubro de 2018 a requalificar sete troços dos rios Sizandro e Alcabrichel. A ideia foi promover um aumento da resiliência desta espécie aos efeitos das alterações climáticas, criar corredores ecológicos favoráveis à sua movimentação e recuperar os seus habitats.

A iniciativa de 29 de Dezembro, que aconteceu no troço daquela ribeira junto ao Barro, insere-se no projecto ReFlorestar Torres Vedras, que pretende “promover a reflorestação e a renaturalização do concelho”.

O projecto enquadra-se na campanha “Autarquias sem Glifosato”, promovida pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, em coordenação com a Associação Portuguesa de Educação Ambiental, através do “Projeto Rios”, a Associação Live With Earth e vários cidadãos torrienses.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.