Há dois novos tubarões para ver em Lisboa

Dois tubarões-de-pontas-negras-de-recife (Carcharhinus melanopterus), de uma espécie que está em declínio nos oceanos do planeta, acabam de chegar ao aquário central do Oceanário de Lisboa.

 

Os dois tubarões, com dois anos de idade, juntam-se agora aos outros três exemplares da mesma espécie que vivem no aquário central. Aqui pode ver mais de 50 espécies de animais, entre elas tubarões, peixes-lua, meros e mantas.

“Este tubarão é um nadador rápido e ativo, com preferência por águas pouco profundas de recifes de coral”, explica o Oceanário, em comunicado. A fecundação é interna e após 16 meses de gestação, as fêmeas dão à luz entre duas e quatro crias, completamente formadas e com cerca de 50 centímetros. Um tubarão adulto pode chegar aos 1,80m de comprimento. “No Hawai, algumas famílias vêem este tubarão como o seu “aumakua” ou espírito guardião. Por esta razão, alimentam-nos e nunca os matam.”

Os dois animais em questão nasceram no Sea Life Centre Oberhausen, na Alemanha, e chegaram ao Oceanário de Lisboa em Setembro de 2016.

 

 

Durante nove meses, os dois tubarões estiveram numa zona técnica ao cuidado dos biólogos, cumprindo um período de adaptação na quarentena. Nesse período, “os tubarões foram monitorizados diariamente garantindo-se a sua boa adaptação às novas condições e um crescimento saudável”, explica o Oceanário.

Quando atingiram os 1,20m de comprimento e 9kg de peso, os tubarões foram transferidos para o aquário central.

Estes animais vão ajudar a equipa de biologia do Oceanário a conhecer melhor esta espécie. O objectivo é, diz o comunicado, aprofundar o conhecimento, divulgar informação científica sobre esta espécie e promover a sua conservação.

Núria Baylina, curadora e directora de conservação do Oceanário de Lisboa, salienta que “o estatuto de conservação do tubarão-de-pontas-negras-de-recife é Quase Ameaçado“, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). “Este tubarão é especialmente capturado por acidente noutras pescarias, fazendo com que a sua população, assim como a de muitos outros tubarões, se encontre em declínio.”

Desde 1998, o Oceanário de Lisboa coordena e participa em programas de monitorização e reprodução de várias espécies, como a uge-redonda (Taeniura grabata) , uma espécie de raia que, em adulta, pode pesar 85 quilos.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez

Saiba quais as sete espécies que tem de conhecer no Oceanário de Lisboa.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.