Foto: Programa de Conservação Ex-situ do Lince Ibérico

Começaram hoje as libertações de lince-ibérico na Andaluzia

Marismillas, uma fêmea de lince-ibérico nascida em cativeiro, foi libertada hoje na área de reintrodução do rio Guarrizas (Jaén). Está assim inaugurada a temporada 2016 de libertações destes felinos na Andaluzia.

 

Esta fêmea nasceu no Centro de Reprodução em Cativeiro de Lince-Ibérico em El Acebuche, em Doñana (Huelva), o mesmo onde, a 28 Março de 2005, nasceram as três primeiras crias de lince-ibérico em cativeiro do mundo.

Marismillas recebeu treino adequado para ser reintroduzida na natureza, assim como o seu irmão Mosquito. Depois, passou por uma avaliação sanitária exaustiva e foi radiomarcada para o seu posterior seguimento. Por fim, foi libertada na zona do rio Guarrizas pelos técnicos do projecto Life+ Iberlince (até 2017), no qual Portugal participa.

“Com este animal já são 35 os indivíduos libertados em Guarrizas, sendo Marismillas a primeira das quatro fêmeas que o projecto prevê reintroduzir nesta zona durante 2016”, explicam os técnicos, em comunicado. Este é o quinto ano consecutivo em que se fazem reintroduções de linces nesta zona. No ano passado foram registados 45 linces a viver em liberdade em Guarrizas.

Este ano estão previstas libertações de 48 linces em Portugal e Espanha, para ajudar a recuperar a distribuição histórica deste felino na Península Ibérica. Os três primeiros linces libertados em Portugal foram Myrtilis, Mirandilla e Monfrague, a 25 de Janeiro.

Ao mesmo tempo está a decorrer a época dos emparelhamentos e das cópulas nos cinco centros de reprodução em cativeiro, em Portugal e em Espanha. Este ano foram formados 23 casais reprodutores e são esperadas entre 28 a 40 crias.

 

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Três linces-ibéricos libertados em Mértola

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.