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Aldeia de Ferraria de São João, rodeada por uma faixa verde de sobreiros. Foto: Nuno Antunes / Revelamos

Duas aldeias do Centro vão arrancar eucaliptos e plantar sobreiros e carvalhos

Ferraria de São João e Casal de São Simão, aldeias dos distritos de Coimbra e Leiria agora rodeadas por uma paisagem de eucaliptos queimados, preparam-se para plantar árvores autóctones como protecção contra o fogo.

 

Os habitantes de Ferraria de São João – que resistiu ao fogo com a ajuda de uma faixa de árvores autóctones, incluindo sobreiros, que estava plantada em redor da aldeia – foram os primeiros a tomar a decisão, indica o Jornal de Leiria.

Em Assembleia de Moradores realizada no dia 25 de Junho, no último domingo, uma semana depois do incêndio de Pedrógão Grande, estiveram cerca de 50 habitantes e proprietários de terras em redor da localidade do concelho de Penela.

A decisão foi tomada por unanimidade: criar uma zona de protecção da aldeia, com 100 metros de largura, onde “serão arrancados os eucaliptos e raízes dentro desta zona e plantadas árvores como sobreiros e outras folhosas de forma correcta e ordenada”, indica um documento que resultou da Assembleia de Moradores, citado pelo Jornal de Leiria.

 

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Aldeia de Ferraria de São João, protegida por uma faixa verde de sobreiros. Foto: Nuno Antunes / Revelamos

 

Num prazo de três meses, a associação de moradores quer desenvolver o plano para a criação desta zona de protecção, “tendo em consideração a defesa da aldeia contra incêndios, a valorização ambiental e a exploração sustentável dos recursos endógenos.”

Prevista está a gestão conjunta dos terrenos que ficam dentro desta zona de protecção, de forma a que os proprietários não tenham de pagar por operações de limpeza e outras, tal como a eventual compensação pelos serviços de ecossistema prestados.

Já os moradores da aldeia de Casal de São Simão, no concelho de Figueiró dos Vinhos, que chegou a ser ameaçada pelo fogo, preparam-se para uma reunião no dia 23 de Julho.

Em cima da mesa vai estar a plantação de nogueiras, carvalhos, castanheiros e outras árvores folhosas, num faixa de 500 metros em torno desta localidade, além da manutenção das terras livres para utilização comunitária.

 

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Saiba mais.

Leia também a história de uma quinta de Figueiró dos Vinhos que foi salva do fogo por uma barreira de árvores nativas.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.