Grifo e abutre-preto devolvidos à natureza na Reserva Natural da Serra da Malcata

Um grifo (Gyps fulvus) e um abutre-preto (Aegypius monachus) que tinham sido encontrados em estados de grande debilidade e magreza foram recuperados e devolvidos ontem à natureza na Reserva Natural da Serra da Malcata.

 

O grifo chegou ao CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens), em Gouveia, pelas mãos do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA) de Mangualde e o abutre-preto pelas mãos do SEPNA da Guarda. As aves “tinham sido encontradas em estados de grande debilidade e magreza”, segundo uma nota daquele centro.

Os processos de recuperação foram semelhantes em ambos os casos “e consistiram em alimentação, treino de voo, musculação e socialização com outros abutres”.

Ontem, na Reserva Natural da Serra da Malcata, as aves foram marcadas com marcas alares (Verde P5 no grifo e Preta F7 no abutre-preto) e anilhas em PVC por técnicos do Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) do núcleo da Quercus de Castelo Branco. Estas marcações poderão ajudar a fazer observações ou recapturas no futuro, como foi o caso de um abutre-preto recuperado em 2013 no CERVAS e avistado este ano na Galiza.

No momento da devolução das aves à liberdade estiveram presentes vigilantes da natureza daquela reserva e as equipas dos dois centros de recuperação de animais.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.