Foto: Helena Geraldes/Wilder
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Saiba como pode ajudar a completar o Atlas de Mamíferos de Portugal

O Atlas de Mamíferos de Portugal ainda tem espaços em branco. Saiba como pode contribuir para este projecto em curso sobre a distribuição dos mamíferos no nosso país.

 

De momento, o Atlas de Mamíferos de Portugal tem um total de 94.000 registos para 87 espécies terrestres e marinhas. Mas não está completo.

“Ainda há espécies que se sabe serem muito mais comuns do que estes mapas reflectem”, disse à Wilder Márcia Barbosa, investigadora do CIBIO-InBIO – Universidade de Évora e uma das coordenadoras do Atlas. Para essas, “ainda necessário reforçar a recolha de dados”.
O Atlas com a distribuição dos mamíferos de Portugal viu a sua primeira edição publicada no final do ano passado. Neste momento está a decorrer a recolha de dados adicionais para a segunda edição.

Os naturalistas, investigadores e instituições que tenham registos podem enviá-los para a equipa técnica do Atlas, sugere Márcia Barbosa. “A sua colaboração será muito bem-vinda.” Na verdade, acrescentou, “desde que saiu a primeira edição já fomos contactados por várias pessoas e instituições que têm dados adicionais e que estão interessadas em colaborar”.

Neste esforço para tornar o Atlas o mais completo possível, o público em geral tem um papel fundamental. E a equipa de investigadores encoraja o envio de novas observações. “O objectivo principal desta primeira edição era divulgar seriamente o projecto e mostrar que era possível fazer uma obra apreciável a partir de muitas pequenas peças de informação. E, sobretudo, que todos beneficiam com ceder a sua contribuição e usufruir do resultado total. Uma vez feito isto, esperamos atrair todos, ou quase todos, os registos ainda em falta, para tornar o atlas o mais completo possível e uma obra de referência a nível europeu.”

Por exemplo, há regiões onde os registos estão particularmente incompletos como a zona centro (sobretudo ao longo do vale do Tejo) e a zona sul do Baixo Alentejo. Também “há espécies que se sabe serem muito mais comuns do que os registos que conseguimos até agora compilar, como o coelho e alguns roedores e insectívoros”, propõe Márcia Barbosa. “Embora os mapas permitam perceber que estas espécies têm uma distribuição ampla no país, apresentam “buracos” consideráveis que sabemos não corresponderem à realidade, e que claramente precisam de ser colmatados.”

Com a segunda edição do Atlas, a equipa espera acabar de compilação os registos que existem em Portugal. “Uma vez feito isto, as lacunas remanescentes precisarão de ser preenchidas com amostragens no campo, que podem ser demoradas e dispendiosas. Mas o território e as espécies a abordar já serão muito mais reduzidos, pelo que esse trabalho será mais factível e economicamente viável.”

Qualquer pessoa pode aceder ao site do Atlas, consultar os mapas actualmente existentes e contribuir com novos registos de que tenha conhecimento, utilizando o formulário de contacto.

“Qualquer registo é bem-vindo, desde animais atropelados a avistamentos ou vestígios de presença, se possível documentados com fotografias”, explicou Márcia Barbosa.

“A participação do público é muito importante porque é precisamente a união de todos os pequenos registos que permite construir um atlas que cubra todo o país.”

 

[divider type=”thick”]Saiba mais sobre o Atlas de Mamíferos de Portugal aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.