uma galinha d'água na beira de um lago
Galinha d'água. Foto: Diogo Oliveira
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Seis aves aquáticas para procurar no Jardim Gulbenkian

Cerca de uma dezena das 42 espécies de aves que ocorrem no Jardim Gulbenkian estão associadas aos lagos e cursos de água que refrescam este espaço verde, conta-nos João E. Rabaça, no livro “As Aves do Jardim Gulbenkian”.

 

Esta relação com a água existe porque ali vão buscar alimento, como as aves piscívoras (que comem peixe), ou porque constroem os seus ninhos sempre próximos do meio aquático. Aproveite os dias de calor e tente encontrar estas seis espécies que lhe propomos, num passeio por este Jardim ou noutros espaços naturais pelo país.

 

Garça-real (Ardea cinerea):

uma garça real em voo
Garça-real. Foto: Diogo Oliveira

 

É uma ave de grande dimensão e aspecto imponente, com quase um metro de comprimento e um longo pescoço. Quem tiver a sorte de encontrar alguma destas garças, que por vezes frequentam o Jardim, pode ser que a observe como que paralisada, pacientemente à espera de caçar a presa – normalmente um peixe. Esta ave é comum em Portugal, onde se vê durante todo o ano.

 

Garça-nocturna (Nycticorax nycticorax):

um goraz
Garça-nocturna. Foto: Diogo Oliveira

 

Também conhecida por goraz, esta garça de tamanho médio e aspecto atarracado é mais fácil de observar ao amanhecer ou no final da tarde. Mas pode aparecer de surpresa noutras horas do dia, discreta como uma estátua, empoleirada sobre um dos cursos de água do Jardim. Alimenta-se de peixes, rãs e insectos. Em Portugal a garça é sobretudo uma visitante de Verão, mas pensa-se que em Lisboa permanece de Janeiro a Dezembro.

 

Galinha-d’água (Gallinula chloropus):

uma galinha d'água na beira de um lago
Galinha d’água. Foto: Diogo Oliveira

 

Residente no Jardim Gulbenkian, onde faz ninho, a galinha d´água é inconfundível, com a penugem escura, patas verdes e compridas e bico vermelho de ponta amarela. A partir de Maio, podemos encontrar estas aves a deambular no relvado, acompanhadas pelas suas pequenas crias. Comem um pouco de tudo: insectos e outros invertebrados, pequenos vertebrados, frutos e partes verdes das plantas aquáticas.

 

Pato-real (Anas platyrhynchos):

pato-real a nadar num lago
Fêmea de pato-real. Foto: Diogo Oliveira

 

É a espécie de pato mais comum em Portugal e das aves mais fáceis de encontrar junto à água. Os machos distinguem-se facilmente das fêmeas, com a penugem da cabeça verde e uma risca branca no pescoço, enquanto as fêmeas são todas acastanhadas. É uma delícia observar estas aves acompanhadas pelas suas ninhadas. Mas no Jardim há patos-reais em excesso, pelo que os visitantes não os devem alimentar – por mais atractivo que isso seja, têm os alimentos necessários na natureza.

 

Ganso-do-Egipto (Alopochen aegyptiaca):

ganso-do-egipto a nadar no lago
Ganso-do-Egipto. Foto: Diogo Oliveira

 

Originário de África, este pato que parece ter uma mascarilha em torno dos olhos, devido ao contorno acastanhado, é cada vez mais observado em Portugal. Pensa-se que terá sido introduzido na Europa no século XVIII, em Inglaterra. No Jardim Gulbenkian foi introduzido um casal de gansos-do-Egipto em 2012, que no ano seguinte teve duas ninhadas.

 

Guarda-rios (Alcedo atthis):

um guarda-rios de perfil
Guarda-rios. Foto: Diogo Oliveira

 

Pequeno e rechonchudo, de tons coloridos onde predomina o azul, faz lembrar uma ave tropical, mas na verdade está distribuído por quase toda a Europa. Pode observar-se por vezes no Jardim, onde captura peixes com mergulhos na água em voo picado, mas por ser uma ave muito tímida e nervosa, é difícil de surpreender.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Quantas destas sugestões consegue encontrar? O desafio é fotografar ou desenhar as aves aquáticas que observar e partilhar as suas imagens connosco, enviando para [email protected]. Iremos publicar as melhores na Wilder.

 

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Ao longo do ano, a cada mês, a revista Wilder sugere-lhe a natureza que não pode perder no Jardim Gulbenkian.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.