Foto: António José Carvalho

Eucalipto de Contige é a Árvore Portuguesa do Ano 2023

Esta árvore localizada na vila de Sátão, distrito de Viseu, vai representar o país no concurso europeu. Saiba a história deste eucalipto centenário.

Com um total de 3046 votos, o Eucalipto de Contige arrecadou o primeiro lugar entre 10 árvores concorrentes, à frente da Azinheira de Alportel (2879 votos) e do Castanheiro Gigante de Guilhafonso (2863 votos).

Considerado “a maior árvore classificada de Portugal” pela Universidade de Aveiro, este eucalipto da espécie Eucalyptus globulus labill tem uma idade de 144 anos e pode ser encontrado à beira da antiga Estrada Nacional 229. Foi plantado em 1878, quando se abriu a Estrada das Donárias.

“Há alusões de propriedade a famílias do concelho, Garcia de Mascarenhas, de Rio de Moinhos e Xavier do Amaral Carvalho, famílias que no séc. XIX se uniram em casamento e eram vizinhas”, relata o perfil desta árvore, publicado no site do concurso, que alude também à “monumentalidade” deste eucalipto, que ” da árvore “obrigou à sua manutenção, fazendo com que o perfil da estrada lhe faça a devida ‘vénia'”.

O objectivo deste concurso é “destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural”, segundo a UNAC – União da Floresta Mediterrânica, que organiza esta competição a nível nacional. “A Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas.”

Até dia 5 de Janeiro, cada pessoa pôde votar online em duas das dez árvores que estão a concurso. O eucalipto de Contige, que saiu vencedor, vai entrar na edição europeia do concurso ‘European Tree of the Year’, que se realizar no primeiro trimestre de 2023 e envolve 16 países.

Em 2018, no primeiro ano de participação, Portugal arrecadou o primeiro lugar com o “Sobreiro Assobiador”. Em 2022, ficou em terceiro lugar com a Sobreira Grande, localizada em Vale do Pereiro, Arraiolos.


Saiba mais.

Conheça aqui as 10 árvores que entraram no concurso português deste ano.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.