Águia-pesqueira. Foto: National Biological Information Infrastructure

Águia-pesqueira: os melhores locais e as dicas para a identificar

O 3º Censo de Águia-pesqueira (Pandion haliaetus) acontece neste sábado, dia 14 de Janeiro. Com a ajuda de Gonçalo Elias, um dos organizadores do censo e responsável pelo portal Aves de Portugal, saiba quais os melhores locais para observar esta ave de rapina e como a identificar.

 

Características que a distinguem das outras rapinas: esta ave distingue-se pela sua grande dimensão. Tem entre 52 e 60 centímetros de comprimento e uma envergadura de asa entre os 152 e os 167 centímetros. Outras dicas para a identificar são a “máscara” preta em redor dos olhos amarelos e a plumagem muito branca nas partes inferiores, que é geralmente visível em voo.

A águia mais parecida e que pode causar confusão na identificação: a espécie mais parecida em termos de coloração e dimensões é a águia-cobreira (Circaetus gallicus), mas essa espécie é muito invulgar no período de Inverno e além disso não se alimenta de peixe.

Como caça: esta espécie alimenta-se, sobretudo, de peixes como carpas, tainhas, robalos e sargos. Para caçar, peneira sobre a água, com batimentos fortes das asas e mergulha primeiro as patas para apanhar o peixe.

Locais onde é mais fácil de a observar: esta águia aparece quase sempre perto de água e é frequente vê-la a pescar ou pousada num poste, enquanto se alimenta de um peixe que acabou de capturar. Os melhores locais para a observar são a Ria de Aveiro, Estuário do Tejo, Estuário do Sado, Vale do Tejo, Albufeira de Alqueva e Ria Formosa. Aqui pode encontrar cerca de 80% das águias-pesqueiras invernantes em Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.