Equipa do LIFE Imperial resgata cria de águia-imperial afectada pelo calor

A cria foi detectada durante a monitorização diária aos ninhos feita por causa da onda de calor no final de Junho, no âmbito do LIFE Imperial. Este projecto pretende restabelecer a população nacional de Aquila adalberti.

 

Por causa do calor, as crias não voadoras podem ficar desidratadas ou em stress físico muito elevado (especialmente em ninhos sem sombra) e em desespero possam sair precocemente dos ninhos, segundo a equipa do projecto, constituída por pessoas da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“A vigilância efetuada permitiu detetar de imediato uma destas situações, no dia 30 de Junho, em que uma das crias caiu do ninho”, informam hoje.

A cria foi prontamente recolhida e transportada pelo SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR) para o Centro de Estudo e Recuperação de Animais Silvestres – CERAS, em Castelo Branco.

De momento, a ave está a “reagir bem ao tratamento e a recuperar algum do peso perdido”. Ainda é preciso esperar pelos resultados das análises e pela garantia veterinária de que está fisicamente apta para ser novamente colocada no ninho.

O Projecto LIFE Imperial (Julho de 2014 a Dezembro de 2018) pretende promover o aumento da população de Águia-imperial-ibérica em Portugal, e tem intervenções previstas nas Zonas de Proteção Especial (ZPE) da Rede Natura 2000 de Castro Verde, Vale do Guadiana, Mourão/Moura/Barrancos e Tejo Internacional, Erges e Pônsul.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.