Sistema imunitário das aves silvestres está a ser afectado pelo chumbo

A ingestão de doses não letais de chumbo está a afectar o sistema imunitário de aves como as perdizes, segundo um estudo publicado esta semana na revista Environmental Science and Technology.

 

A intoxicação por chumbo nas perdizes desequilibrou a flora intestinal destes animais e reduziu os níveis de anticorpos no organismo, concluíram os investigadores do Conselho espanhol Superior de Investigações Científicas (CSIC).

Entre as espécies com maior risco de intoxicação por chumbo estão as aves aquáticas mas também as rapinas, explica o investigador Rafael Mateo, do Instituto de Investigação em Recursos Cinegéticos.

Os investigadores observaram também alterações nos níveis de antioxidantes e na coloração do anel ocular da perdiz. Este processo, diz o estudo, depende da época do ano, já que poderia ser causado pela necessidade que a ave tem em aumentar a coloração na Primavera, para fins reprodutivos.

Estes efeitos “devem ser tidos em conta perante o risco de aparecimento de doenças emergentes, sobretudo no caso de espécies ameaçadas, como são algumas aves migratórias e as rapinas, que estão muito expostas ao chumbo das munições de caça em determinadas zonas de Espanha”, acrescenta Mateo, em comunicado.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.