Ingleses gostavam de ver mais borboletas, aves e ouriços nos seus jardins

A Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) perguntou aos ingleses que vida selvagem gostariam de ver mais nos seus jardins e logradouros. Os resultados de dois inquéritos dão a “vitória” às borboletas, depois aos piscos, pardais e estorninhos e, por fim, aos ouriços. A iniciativa surge no âmbito da campanha “Give Nature a Home”.

 

A organização britânica quis perceber como é que as pessoas estão a ajudar a biodiversidade nos seus espaços verdes e se consideram que isso é importante. Os resultados a dois inquéritos foram revelados ontem.

Quase dois terços dos inquiridos (65%) gostaria de ver mais borboletas no seu jardim, tornando estes insectos as espécies mais desejadas. Depois, com 62% surgem as aves dos jardins, como os piscos-de-peito-ruivo, os pardais ou os estorninhos. Por fim, com 53% ficaram os ouriços-cacheiros. Outros animais referidos foram as abelhas (com 50%), libélulas (37%), sapos (31%) e morcegos (27%).

 

Pardais. Foto: Ray Kennedy/RSPB
Pardais. Foto: Ray Kennedy/RSPB

 

“As borboletas trazem cor e graça aos nossos jardins e simbolizam os dias longos e quentes do Verão”, comenta Richard Fox, responsável pelos registos na organização Butterfly Conservation. “Além disso, também são um sinal importante do estado de outros insectos polinizadores. Um jardim cheio de borboletas vai suportar uma miríade de outras criaturas fascinantes e benéficas.”

Outro resultado destes inquéritos é que 11% das pessoas dizem que a principal função do seu jardim é ajudar a vida selvagem, à frente de sociabilizar (9%) ou de cultivar alimentos (6%). Ainda assim, os ingleses usam mais os seus jardins para relaxar (44%).

Um total de 75% dos inquiridos considera que é importante encorajar a biodiversidade nesses espaços verdes.

 

Borboleta almirante-vermelho. Foto: Mark Gurney/RSPB
Borboleta almirante-vermelho. Foto: Mark Gurney/RSPB

 

A RSPB salienta o papel dos jardins como espaços para as pessoas terem uma oportunidade de ajudarem a biodiversidade e, no âmbito da sua campanha, apresenta sugestões, dicas e actividades para que o possam fazer. A ideia é desafiar as pessoas a disponibilizar uma “casa” para a vida selvagem, desde as flores ricas em pólen para atrair abelhas e borboletas às caixas-ninho para pardais ou o charco para várias espécies.

“Estes resultados mostram que três quartos da população do Reino Unido que tem um jardim ou um espaço verde sente que é importante atrair a vida selvagem para os jardins”, diz Richard Bashford, responsável pela campanha “Give Nature a Home”, em comunicado.

Os inquéritos foram realizados online por duas entidades. Um decorreu de 5 a 7 de Agosto de 2015, junto de 2079 adultos no Reino Unido. O outro decorreu de 22 a 23 de Setembro de 2015, junto de 2087 adultos no Reino Unido.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.