Foto: Universidade de Évora

Jardim Público de Évora acolhe exposição sobre a preservação dos rios urbanos

São 28 painéis que mostram as ribeiras escondidas pela cidade, as espécies que lá vivem e a sua importância. A exposição EDURRIO vai estar no Jardim Público de Évora até ao dia 15 de Setembro.

O grande objectivo da mostra científica “EDURRIO – Educar para a preservação e sustentabilidade dos rios e ribeiras urbanas e dos seus recursos – da biodiversidade aos serviços do ecossistema” é “dar a conhecer os ecossistemas ribeirinhos urbanos, presentes no quotidiano dos habitantes das cidades, mas muitas vezes desconhecidos”, segundo uma nota da Universidade de Évora.

A exposição, montada com base nos trabalhos de investigação do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), é composta por 28 painéis que mostram as ribeiras escondidas pela cidade, a sua biodiversidade e os serviços que elas nos fornecem, trazendo ainda à luz os seus problemas e deixando recomendações de medidas de gestão e boas práticas com vista à sua melhoria.

A inauguração da exposição – organizada pelas investigadoras Ana Raquel Calapez (MARE – Universidade de Coimbra), Maria João Feio (MARE – Universidade de Coimbra) e Ana Mafalda Gama (MARE – Universidade de Évora) – decorreu a 24 de Julho.

Estas investigadoras salientam que as ribeiras nas cidades, “quando estão em bom estado de conservação, são compostas não só pelas suas comunidades aquáticas (peixes, invertebrados, algas e plantas aquáticas), mas também por densos corredores de vegetação ribeirinha e fauna terrestre ou semi-aquática associada (aves, anfíbios, répteis, invertebrados)”.

“De alguns anos para cá começamos a olhar mais para os ecossistemas aquáticos urbanos”, comentou Maria João Feio. “Trabalhávamos muito nas serras e nas zonas rurais mais afastadas, mas a verdade é que estes ecossistemas nas cidades têm sido muito esquecidos, poluídos, tapados, canalizados e muito artificializados.”

Ana Raquel Calapez acrescentou que “os rios e ribeiras urbanos têm um enorme potencial para fornecer importantes serviços para a população, desde a manutenção da biodiversidade urbana e da qualidade do ar, passando pela mitigação de cheias e temperaturas extremas, até à melhoria estética da cidade, estabelecendo ainda áreas recreativas e promovendo o bem-estar e a saúde das populações”.

Esta exposição, que procura alertar para importância destes ecossistemas para a sustentabilidade das nossas cidades, para mitigar os efeitos das alterações climáticas e para promover a biodiversidade, conta na organização com a colaboração de várias unidades do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), a Rede de Investigação Aquática (ARNET), em parceria com a Câmara Municipal de Évora e o Projeto Missão Ciência & Arte, uma parceria entre a Universidade de Évora e a Câmara Municipal de Évora, que pretende transmitir o que é a ciência e o que fazem os cientistas, estimulando nos mais jovens o gosto pela descoberta, nas mais diversas áreas do saber.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.