Que espécie é esta: cágado-mediterrânico

A leitora Ana Oliveira fotografou esta tartaruga a 7 de Abril em Loures e pediu para saber de que espécie é. Gonçalo J. Costa responde.

“A 7 de Abril encontrei uma ‘tartaruga’ na Estrada Nacional 115 junto a Santo Antão do Tojal, Loures. Tem cerca de 20 centímetros de comprimento (só a carapaça). Após pesquisar fiquei na dúvida se seria um cágado-mediterrânico e qual seria o melhor local para o libertar? Próximo do local onde a encontrei existe um paul, o Paul das Caniceiras, mas tenho receio que regresse à estrada com a proximidade do verão; não estou segura que aquela zona do paul mantenha água suficiente. Próximo exitem terras de cultivo de couve e outros legumes, o que pode também apresentar um risco pela presença de pesticidas. Podem ajudar-me a identificar?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de um cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa).

Identificação e texto por: Gonçalo Costa, biólogo do cE3c & CHANGE, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

“Essa tartaruga é das nossas! Uma linda Mauremys leprosa! A melhor opção será deixar a tartaruga no Paúl. Como já é velha indicia que: onde estava, deu para chegar a adulta; é um bicho de hábitos e prefere o local onde sempre viveu. Elas no Verão estivam, então a falta de água não é grande problema. Mudá-la para outro sítio só iria causar stress e perturbar a população do Paúl”, escreveu Gonçalo Costa. 

A melhor altura do ano para observar estes animais será durante os meses de Abril e Maio, pois é quando uma maior quantidade de animais se expõem ao sol e são por isso mais fáceis de observar. Os cágados realizam a cópula na Primavera e as posturas entre os meses de Maio a Julho. Em Portugal existem duas espécies autóctones: o cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis) e o cágado-mediterrânico (Mauremys leprosa). O cágado-de-carapaça-estriada está Em Perigo de Extinção por causa da perda do habitat, da concorrência de espécies exóticas, da poluição e captura para fins comerciais; o cágado-mediterrânico não está ameaçado mas a perda de habitat é um problema que poderá levar a um declínio populacional. 


Agora é a sua vez.

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Equipa Wilder

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