Que espécie é esta: caravela-portuguesa

A leitora Inês Sousa encontrou esta espécie a 29 de Junho na praia da Pedra do Ouro, Pataias, e quis saber qual o seu nome. A equipa do GelÀVista dá-lhe a identificação.

“Podem ajudar-me a identificar esta espécie? Tirei a fotografia na praia da Pedra do Ouro, Pataias, no dia 29 de Junho, num dia em que o mar estava agitado. Parece-me semelhante a uma caravela portuguesa, mas na dúvida, prefiro consultar os especialistas”, escreveu à Wilder.

Trata-se de uma caravela-portuguesa (Physalia physalis).

Espécie identificada e texto por: Equipa do GelAVista, do Grupo de Oceanografia e Plâncton do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Esta espécie é a caravela-portuguesa (Physalia physalis). Apesar de ser frequentemente confundida com medusas ou alforrecas devido ao seu aspeto gelatinoso, trata-se, na verdade, de um sifonóforo. É constituído por um conjunto de vários indivíduos simbióticos (zooides), cada um com a sua função específica, que funcionam como um único organismo.

As caravelas-portuguesas são organismos cosmopolitas, que habitam águas quentes e temperadas de todos os oceanos. Em Portugal continental é comum a sua ocorrência praticamente durante todo o ano, enquanto que, nos Açores e na Madeira, se verifica um maior número de observações da espécie nos meses de verão.

A ocorrência de caravelas portuguesas é, no entanto, difícil de prever. A sua distribuição é fortemente influenciada por fenómenos atmosféricos e oceânicos. São especialmente transportadas pelo vento que actua sobre o seu pneumatóforo, uma vesícula cheia de gás que se assemelha a um balão flutuante.

A caravela-portuguesa apresenta longos tentáculos, cujas células venenosas (cnidócitos) são acionadas por estímulos mecânicos quando em contacto com a pele ou outros organismos, injetando uma forte toxina, que provoca reações cutâneas e dor intensa. Uma vez que os cnidócitos permanecem ativos após a morte dos organismos, é aconselhado que os utilizadores das praias mantenham uma distância segura e não lhes toquem.

Em caso de contacto acidental, deverão ser aplicadas compressas de água quente e vinagre. No caso da zona afetada ser extensa, deverá procurar-se assistência médica.


Pode gostar de saber que temos Fichas de Campo Wilder sobre estas espécies:


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Equipa Wilder

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