Que espécie é esta: casulos de vespas do género Sceliphron

A leitora Maria Manuel Figueiredo encontrou estes casulos numa marquise em Faro a 12 de Agosto e pediu ajuda para saber a que espécie pertence. Albano Soares responde.

“Residimos em Faro, no centro da cidade. No entanto, em frente à marquise e ao lado situam-se algumas casas com logradouro. Nos últimos tempos temos sido ‘atacados’ por uma quantidade de traças que nos preocupou e que não ‘cedem’ aos normais inseticidas, pelo que a busca incessante que temos tido tem sido pelo local onde as mesmas possam ter algum ‘ninho’; até agora sem sucesso. Esta manhã, em vez da origem das traças, deparámo-nos com estes assustadores ninhos colados a um livro; assustadores porque desconhecemos a sua origem, a que espécie pertencem e se nos devemos preocupar com a sua existência ou se existirá necessidade de chamar alguma equipa técnica para os retirar”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratam-se de casulos de vespas do género Sceliphron.

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“Estas vespas são inofensivas. Quando o desconhecido nos assusta é complicado…”, explicou Albano Soares.

As vespas Sceliphron vivem em todo o mundo, menos nas regiões polares.

São vespas solitárias e usam barro para construir os seus ninhos, em zonas sombrias e, por vezes, mesmo no interior de portas e janelas.

A construção dos ninhos cabe à fêmea, que pode construir uma célula por dia. O barro é transportado do seu local de origem até ao ninho através de dezenas de viagens da fêmea.


Agora é a sua vez

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.