Que espécie é esta: centopeia-mediterrânica

O leitor Carlos Pereira fotografou este invertebrado a 8 de Outubro de 2013 em Coruche e pediu para saber a espécie. José Manuel Grosso-Silva responde.

“O meu nome é Carlos Pereira e adoro as vossas publicações sobre identificação de espécies. Tenho aprendido muito com esta vossa iniciativa do “que espécie é esta?”, leio quase todas as identificações do vosso site! Tinha umas fotografias no meu antigo telemóvel guardadas, tiradas a 8 de outubro de 2013, na minha antiga escola, quando ainda andava no ensino básico e lembro-me de ter achado interessante esse ser vivo que, do nada, saiu das plantas na hora do intervalo. Decidi fotografar porque, tanto eu como os meus colegas, ficámos impressionados, na medida em que nunca tínhamos visto nenhum animal assim”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratar-se-á de uma centopeia-mediterrânica (Scolopendra cingulata). 

Espécie identificada por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

“É uma escolopendra, um miriápode do género Scolopendra. Embora sem poder garantir, penso que será Scolopendra cingulata, o maior miriápode presente em Portugal, que pode ultrapassar os 10 cm de comprimento”, explicou José Manuel Grosso-Silva.

A centopeia-mediterrânica pode ser acastanhada, amarelada, alaranjada ou avermelhada. Tem bandas azuis-escuras e 21 pares de patas, amarelas.

Pode medir entre 10 e 15 centímetros e, assim, é a maior centopeia de Portugal.

Alimenta-se de artrópodes e de répteis pequenos.

“As escolopendras são predadoras e vivem normalmente sob pedras.”


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.