Que espécie é esta: escaravelho-cabeça-de-prego

O leitor António da Silva Correia encontrou este escaravelho em Barão de São João, Lagos, a 25 de Setembro, e pediu ajuda na identificação. José Manuel Grosso-Silva responde.

Esta é uma “praga que ataca pessegueiros, damasqueiros, ameixeiras e possivelmente outras árvores de fruto. Que escaravelho é este? E como o combater?”, perguntou o leitor à Wilder.

Trata-se de uma escaravelho cabeça-de-prego ou carocho-negro (Capnodis tenebrionis).

Espécie identificada por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

Este escaravelho pertence à família Buprestidae.

Os adultos de escaravelho cabeça-de-prego, que emergem em Agosto e Setembro, vivem sobre ramos e troncos de árvores de fruto. Hibernam no Outono e acasalam na Primavera seguinte.

As larvas – que atingem o máximo do seu desenvolvimento nos meses de Junho, Julho e Agosto – alimentam-se de raízes de rosáceas, chegando a causar danos. As larvas são perfuradoras de madeira de árvores de fruto.

Segundo a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, “devem-se fazer regas e adubações equilibradas para aumentar o vigor das árvores. Em caso de ataques pontuais recomenda-se regar frequentemente e com abundância as árvores atacadas. Também se deve realizar uma captura manual de adultos durante o Outono, altura em que existem em maior quantidade nas copas das árvores”.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.