Que espécie é esta: gorgulho do género Brachycerus

O leitor Manuel Martins observou esta espécie a 28 de Fevereiro perto de Vila Nova de Milfontes e pediu ajuda na identificação. José Manuel Grosso-Silva responde.

“A 28 de Fevereiro fui caminhar pela manhã e encontrei este pequeno inseto que se estava a fazer de morto na areia dos caminhos entre Vila Nova de Milfontes e a praia do Malhão”, contou o leitor à Wilder. “A caminhada foi de aproximadamente 10km e só encontrei dois, relativamente próximos e ambos com o mesmo comportamento.”

Trata-se de um gorgulho do género Brachycerus.

Espécie identificada e texto por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

Em Portugal há várias espécies do género Brachycerus, que têm um comportamento muito curioso. Este é designado tanatose e consiste em fingirem que estão mortos, para dessa forma se tornarem menos apetecíveis ou interessantes para os predadores.

A forma como o fazem é esticando as patas e caindo para o lado, numa pose não muito diferente da do exemplar fotografado, por acaso.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.