Que espécie é esta: libélula tira-olhos-menor

O leitor António Paulitos fotografou esta libélula a 5 de Outubro na praia da Rocha, Portimão, e quis saber qual a espécie a que pertence. Albano Soares responde.

“Corpo aparentemente todo negro, apenas os olhos são verdes. Só tinha visto libelinhas coloridas, até ver esta”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma libélula tira-olhos-menor (Anax parthenope).

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

É uma das 10 espécies da família Aeshnidae que ocorrem em Portugal e pode ser encontrada noutros países da Europa do Sul, Norte de África e Ásia.

A tira-olhos menor tem uma grande capacidade de voo, pelo que pode ser encontrada a caçar insetos longe da água.

As asas da Anax parthenope ficam abertas e na horizontal quando está em repouso.

Tem duas gerações no nosso país. Destas gerações, a última corresponde geralmente a vagas migratórias para Norte, que incluem parte do Outono.

A melhor forma para a identificar é procurar o seu abdómen escuro com o segundo e terceiro segmento azulados, e os olhos e tórax esverdeados. Voa sobre a água, pairando frequentemente. Procure-a em águas paradas, como charcas ou lagos, mesmo no centro das grandes cidades.

Pode observá-la em qualquer altura entre Abril e Outubro, mas está menos visível entre Abril e Maio e depois entre Julho e Outubro.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.