Foto: Alexandre d’Itaben

Que espécie é esta: ninfa de louva-a-deus?

O leitor Alexandre d’Itaben avistou um louva-a-deus em Vila Franca de Xira e pediu para confirmar se seria uma ninfa. Eva Monteiro responde.

Alexandre d’Itaben avistou um louva-a-Deus a Junho na zona urbana do Bom Retiro, em Vila Franca de Xira.

“Já não avistava um há algum tempo e fiquei surpreendido por estar tão no meio dos prédios. Será ainda uma ninfa?”, questinou o leitor, numa mensagem enviada à Wilder, acrescentando que o insecto “tinha uma coloração bonita que também fugia um bocado aos verdes e castanhos que estava acostumado a avistar”.

Poderá tratar-se com efeito de uma ninfa de louva-a-deus (Mantis religiosa). No entanto, a confirmação está dependente de uma característica que não se percebe bem pela fotografia.

Foto: Alexandre d’Itaben

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“Parece uma ninfa de mantis religiosa, mas não consigo perceber bem se tem ou não o ponto negro característico da axila do primeiro par de patas”, explica esta entomóloga.

“Diferentes indivíduos da mesma espécie de louva-a-deus podem apresentar tons de palha, como é o caso, ou tons verdes, consoante as condições ambientais em que se dá o seu desenvolvimento”, indica também a mesma especialista. “Esta capacidade não é exclusiva de resto dos louva-deus, também acontecendo com os gafanhotos, por exemplo.”

A tratar-se de uma Mantis religiosa, é uma das espécies mais comuns de louva-a-deus em Portugal.

Estes insectos reconhecem-se pelas patas anteriores adaptadas à caça, que também lhes dão o nome comum, já que parece que estão a rezar.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.