Que espécie é esta: percevejo-do-solo-comum

A leitora Rita Olivença fotografou estes insectos a 3 de Fevereiro em Lagos, Odiáxere, e quis saber qual a espécie a que pertencem. José Manuel Grosso-Silva responde.

“Gostaria de saber que insectos são estes e o que estão a fazer”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de percevejos-do-solo-comuns (Spilostethus pandurus).

Espécie identificada e texto por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

A foto de Rita Olivença retrata um casal de percevejos-do-solo-comuns, Spilostethus pandurus, em posição de acasalamento.

Em diferentes grupos de insetos, os casais assumem posturas distintas durante o acasalamento: o macho pode ficar sobre a fêmea, ao lado desta ou virado para o lado oposto, como acontece neste caso, havendo apenas contacto entre as extremidades dos abdómenes.

Nas libélulas (e também nas aranhas) existe uma genitália masculina secundária, localizada numa região diferente do corpo, que não a extremidade do abdómen, para a qual os machos transferem previamente o esperma e que é depois usada para inseminar as fêmeas.

Em certos grupos, o contacto físico entre machos e fêmeas é muito limitado ou mesmo inexistente, uma vez que os machos depositam um espermatóforo no substrato que é depois recolhido pelas fêmeas. É o caso dos peixinhos-de-prata, cujas fêmeas recolhem o espermatóforo após o ritual de um acasalamento composto por toques mútuos com as antenas. 


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.